Uma entrada de rompante deixava antever um jogo sorridente a Portugal. O golo de Pedro Mendes deixou a selecção sub-21 em vantagem perante um adversário que, na teoria, era difícil, e na, prática, comprovou-o. A alegria lusa foi desaparecendo, primeiro com o empate, no final com os ferros, onde ficou a felicidade de mais uma vitória, que foi bem possível tamanhas foram as ocasiões desperdiçadas. Demasiadas para quem conseguiu ter quase cinco mil pessoas no estádio, a melhor assistência de sempre da equipa, em Rio Maior.

Um cruzamento de Mário Rui, a partir da esquerda, foi o primeiro sinal da vontade portuguesa em chegar ao golo. Logo depois, um livre de Josué levou a bola para um espaço de ninguém. Pedro Mendes entrou rápido entre a defesa contrária e fulminou Kurto, com um cabeceamento certeiro e sem hipóteses para o guarda-redes contrário.

Mas a partir, Portugal teve uma montanha de dificuldades. Bastava olhar para o campo e percebia-se de imediato que os polacos eram bem maiores. Faltava ver, no entanto, o que valiam com a bola nos pés. E não são nada maus, pelo contrário. Os dois flanqueadores deram muito trabalho à defesa nacional e foi por aí que a Polónia cresceu.

Cresceu tanto que empatou, já depois de ter desperdiçado ocasiões de golo. O 1-1 de Kucharczyk, tem de ser dito, colocou alguma justiça no marcador, apesar de Portugal tentar sempre responder em contra-ataque, sobretudo pela velocidade de Wilson Eduardo.

O avançado do Olhanense viria mesmo a ser protagonista. Primeiro porque percebeu um passe do lateral-esquerdo polaco para o guarda-redes e interceptou-o. Correu com a bola, passou pelo guarda-redes e foi derrubado. Falta! Dentro ou fora da área? Dúvidas, mas com certeza cartão vermelho para Kurto. Assim foi e Wilson Eduardo estava na marca de penalty. Atirou para o 2-1, mas um desvio do suplente Skorupski levou a bola ao poste e ao intervalo havia 1-1.

O muro abanou, mas não ruiu

A expulsão de Kurto modificou o jogo, claro. A Polónia deixava de ter tanta posse de bola, agora em pés portugueses. Mas continuava ameaçadora no ataque, sempre pela força. Já Rui Jorge abria a frente de ataque com a entrada de Nélson Oliveira, que se estreou na categoria.

Portugal partia em busca da vitória, com a entrada do ponta-de-lança que tinha no banco ganhou mais poder físico e também rapidez. O problema estava na muralha oposta, agora. A selecção tinha de bater na parede até ela cair, mas numa bola devolvida pelo betão, os polacos quase marcavam, com Kupisz a não conseguir bater Mika, quando estava sozinho.

Assim, nem a Polónia fez o golo, nem Portugal desmoronou o muro, com bolas nos ferros da baliza e tudo. A selecção sub-21 fica, assim, com um empate, amargo, porque teve uma boa ocasião de bater uma das principais rivais ao primeiro lugar, o único que dá acesso directo ao Euro-2013. E agora, segue-se a Rússia. Lá. Mais dificuldades, espera-se que menos desperdício, e, sobretudo, recuperar estes pontos perdidos em casa.

FICHA DE JOGO

ESTÁDIO: Municipal de Rio Maior

ÁRBITRO: Olivier Thual

PORTUGAL:Mika; Cédric, Pedro Mendes, João Pereira e Mário Rui; André Almeida; André Martins (David Simão, 77), Josué e Saná (Nélson Oliveira, 59); Rui Fonte e Wilson Eduardo (Diogo Viana, 77).

Suplentes não utilizados: Luís Ribeiro, Vítor Bastos, Pelé e Abel.

POLÓNIA: Kurto; Olkowski, Krychowiak, Malarczyck e Oleksy; Tyminski e Borysiuk; Kupisz, Klich (Drygas, 72) e Kucharczyk (Skorupski, 45); Sobiech (Wszolek, 77).

Suplentes não utilizados:Wichtoski, Przybecki, Aldas e Matras.

AO INTERVALO: 1-1

DISCIPLINA: cartão amarelo a Tyminski (33m), Olkowski (45m), Oleksy (53m) e Sobiech (66m); cartão vermelho directo a Kurto (45m)

MARCADORES: 1-0, por Pedro Mendes (9m); 1-1, por Kucharczyk (36m);