Rui Jorge, selecionador de Sub-21, manifestou-se satisfeito depois da vitória sobre a Inglaterra (2-0), em jogo da fase de grupos do Campeonato da Europa. Uma satisfação justificada pelos três pontos que deixam Portugal a um passo da qualificação para a próxima fase, mas também pela consistência defensiva e pelas melhorias demonstradas no ataque.

«Voltámos a estar bem defensivamente e melhorámos na segunda parte em termos ofensivos. Foi um bom jogo, na primeira e segunda parte, embora tenha gostado mais da segurança que tivemos com bola na segunda parte. Acho que tivemos momentos muito bons, mas gostei do jogo na sua globalidade», começou por destacar.

Tal como no primeiro jogo, o selecionador voltou a mexer na equipa ao intervalo, com as entradas de Daniel Bragança e Trincão. «Acho que na zona central, onde tínhamos superioridade numérica, faltou-nos durante a primeira parte ter alguma confiança para jogar por lá. Temos jogadores dotados tecnicamente que têm essa capacidade e como tínhamos superioridade nessa zona central, deveríamos ter joga mais por essa zona. Na segunda parte corrigimos um pouquinho isso. Temos jogadores com capacidade para o fazer. O Gedson e o Florentino foram importantes na primeira parte pela forma como controlaram o jogo, mas acabamos por ser mais seguros como equipa na segunda parte», explicou.

Portugal passa a contar com seis pontos e precisa, agora, apenas de um empate diante da Suíça para garantir o primeiro lugar, mas Rui Jorge não quer ninguém relaxado. «Vou dizer o mesmo de sempre. É verdade que com seis pontos não estamos matematicamente apurados, por isso será mais do mesmo. Vamos olhar para a Suíça com cuidado que sempre mereceu e vai continuar a merecer. Já disse mais de uma vez que quando olhamos para mais do que o objetivo em termos de resultados é fazer bem as coisas. Com a Suíça vai ser igual, independentemente do resultado, a nossa ideia vai ser a mesma, demonstrar a qualidade dos nossos jogadores e sermos uma equipa coesa no seu todo», referiu.

O Dany da Mota, que falou antes do selecionador, destacou a importância da união do grupo. «É um grupo que, apesar de ser muito homogéneo, em termos de qualidade, é um grupo de excelentes jogadores. Têm uma série de comportamentos, nem sempre visíveis para o exterior, que me deixa muito orgulhoso por ser selecionador desta equipa. É comportamento correto que devemos ter», comentou.

Dany Mota também disse que no último jogo frente à Suíça Portugal ia «entrar com tudo». «Interessa-me pouco que eles digam que querem ganhar se depois não o demonstrarem. O que eles me têm dito e demonstrado nos treinos é que querem ganhar. Isso importa-me muito mais. Vamos para o último jogo para tentar demonstrar a qualidade dos nossos jogadores. Em Inglaterra hoje falarão com certeza muito bem dos nossos jogadores, alguns que por lá andam, outros que por lá irão andar», referiu.

Portugal marcou dois golos na segunda parte, mas sentiu mais dificuldades na primeira parte diante de uma Inglaterra muito fechada. «Acho que o espaço já existia na primeira parte. É evidente que na zona central é mais difícil jogar, mesmo em superioridade. Mesmo com pouco espaço e com a nossa capacidade técnica, não conseguimos lá jogar. Não conseguimos na primeira parte porque tivemos algum receio de perder bolas que nos inibiu de fazer alguns passes. Na segunda conseguimos deixar isso para trás, tivemos confiança para jogar por ali. A mudança não foi do sistema, teve a ver da melhoria de qualidade com bola na segunda parte», destacou.

Portugal acabou por desbloquear o jogo frente à Inglaterra depois de uma recuperação de bola que permitiu a Pedro Gonçalves destacar-se e servir Dany da Mota. «Sabíamos que em determinados momentos a Inglaterra poderia ter o controlo sobre o jogo, pelo posicionamento que tinha em campo, mas também sabíamos que era importante esse momento de recuperação. Poderíamos criar dano porque também temos jogadores com essa qualidade, num ataque rápido ou num contra-ataque, podiam fazer um golo», comentou.

O treinador tinha destacado a importância da posse de bola, mas depois do jogo explicou melhor a sua pretensão. «Gosto de ter bola, mas também gosto de objetividade no jogo. Se puder chegar rapidamente à baliza adversária, não quero ter bola. O que acontece muitas vezes é que temos de circular bola para encontrar esses caminhos. Agora se esses caminhos estiverem abertos, teremos toda a pressa em chegar à baliza adversária. Acho que estivemos bem nos dois momentos. O contra-ataque do primeiro golo é muito bem jogado, o Pedro esperou pelo momento certo para fazer o passe, com o defesa em contra-pé, depois é uma grande finalização do Dany», comentou.

Para este jogo, Rui Jorge juntou Fábio Vieira e Dany da Mota a Pedro Gonçalves no ataque, deixando Trincão e Tiago Tomás no banco. «São jogadores com características diferentes. Quando olho para o banco, não me falta nada. Quero velocidade tenho velocidade, quero mais qualidade a jogar de costas para a baliza e também tenho. Portanto, tenho muitas soluções de qualidade que me permite não rotular titulares ou suplentes e gerir o que é melhor para determinado encontro», explicou ainda.