Ricardo, o tal que Paulo Bento pré-convoca em série mas nunca chamou em definitivo à seleção, voltou a ser determinante este domingo ao defender dois remates da marca de grande penalidade e assim garantir a presença da Briosa na próxima eliminatória da Taça de Portugal.

Tudo isto depois de um jogo que apenas animou na segunda parte do prolongamento, com o primeiro golo, muito consentido, da Briosa e a vigorosa resposta do Ac. Viseu, que justificou o desempate pela marca de 11 metros e, talvez, até algo mais.

Um derby como este, que é também um clássico, merecia mais público, mas isso é pedir de mais nesta altura. Estudantes e viriatos não se encontravam a título oficial há 16 anos, apesar de estarem separados por apenas 80 kms.

Verdade seja dita que, perante o espetáculo que foi oferecido, também se compreende que tanta gente fique em casa. A Académica, natural favorita para o jogo, chamou a si o controlo dos acontecimentos, perante um Ac. Viseu que começou bem organizado e a pressionar alto.

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Não é por acaso que a Briosa detém o pior ataque da Liga. Apesar de estar mais próxima da baliza do que o adversário, falta-lhe sempre qualquer coisa para fazer o golo. Nuno Piloto e Marinho deram os primeiros sinais de perigo, mas erraram o alvo.

Também Cleyton começou o jogo com o pé quente, mas para atirar de longe e com pouca intensão, em duas ocasiões. A réplica forasteira foi diminuindo com o passar do tempo, mas ainda houve tempo para um lance de Leonel, que passou Reiner Ferreira e rematou forte, por cima.

A tendência para melhorar na segunda parte foi aquilo que os adeptos da Briosa aguardaram logo após o intervalo, mas a reação, afinal, quase nem se viu. Nem depois da troca de pontas-de-lança, com a entrada de Rafael Oliveira para o lugar do «inexistente» Manoel. Ou da aposta em Diogo Valente.

Confira a FICHA do encontro

O jogo continuava com pouca intensidade. A Académica procurava o golo, mas com pouco critério, perante um Ac. Viseu a fazer pela vida, a defender-se, e a tirar naturalmente partido da pouca clarividência atacante dos estudantes.

Só para dar uma ideia do desacerto de ambos os lados, Ricardo fez a primeira defesa apenas aos 73 minutos, mas a maior responsabilidade caia sobre os homens da casa, muito desinspirados e desconcentrados.

O prolongamento tornou-se, pois, inevitável. Mas começou bem para os estudantes, mercê de um erro de Janota, que deixa passar entre as mãos um remate aparentemente fácil de Diogo Valente.

O golo teve, todavia, o condão de espicaçar o adversário, que teve em Zé Rui o grito do Ipiranga. O empate foi mais do que merecido pela forma como os viriatos desfizeram a defesa da casa quando se viram a perder.

A lotaria dos penaltis acabou por sorrir aos de Coimbra, que eliminaram pela terceira época consecutiva uma equipa treinada por Filipe Moreira, mas podem agradecer fortemente a Ricardo. E, já agora, também ao miúdo Magique que, no último pontapé, não vacilou.