Salzburgo, Braga e agora, o Aves SAD, na Luz. Depois de três empates consecutivos, o Benfica somou esta noite a terceira vitória consecutiva, em três competições diferentes, e abriu caminho para a Final Four da Taça da Liga onde já tem encontro marcado com o Estoril. A equipa de Jorge Costa chegou a gelar as bancadas, com o primeiro golo na Luz, mas o Benfica virou o resultado antes do intervalo e acabou por conseguir uma vitória tranquila. A um jogo de fechar 2023, a equipa de Roger Schmidt continua em quatro frentes.

Confira o FILME DO JOGO e os VÍDEOS DOS GOLOS

Um Benfica que começa a recuperar a consistência e eficácia que demonstrou na época passada, numa altura em que Roger Schmidt volta a estabilizar um onze base, esta noite, apenas com uma alteração cirúrgica na defesa, com o treinador alemão a juntar Tomás Araújo, que já tinha sido titular em Salzburgo, ao lado de António Silva, deixando Otamendi, que está castigado para Famalicão, fora da equação.

Um jogo em que o Benfica tinha tudo a se favor e até podia perder por 1-0. Além disso, contou, mais uma vez, com um estádio bem composto (quase 50 mil num dia de semana), a apoiar a equipa, e tinha pela frente um adversário que estava obrigado a marcar e, por isso, tinha de arriscar.

Com este cenário, o Benfica encontrou muitos espaços para trocar a bola, logo a abrir o jogo, apesar do ritmo baixo nos primeiros minutos. Ainda a estudar o posicionamento do adversário, João Mário colocou Trigueira à prova e Kokçu, com uma bomba do meio da rua, deixou a baliza do Aves a tremer. Houve quem tivesse gritado golo na Luz no fenomenal pontapé do turco, mas ainda era cedo. O jogo parecia de sentido único, de facto, e Di María também atirou a rasar a barra, mas logo a seguir o Aves gelou a Luz.

João Neves perdeu uma bola na zona central, Mercado fugiu nas costas de Aursnes e, em velocidade, invadiu a área e rematou cruzado, fora do alcance de Trubin. Um golo que refreou o entusiasmo natalício das bancadas e que deixou o Benfica, nos instantes que se seguiram, meio perdido em campo.

Foram dez minutos de desassossego, até que João Neves tocou a reunir, com um grande lance sobre a esquerda, em que deixou três adversários nas covas, invadiu a área e colocou a bola à entrada da área para Rafa abrir ainda mais para a direita onde surgiu Di Maria a atirar para o empate. A Luz quase veio abaixo. O entusiasmo regressou às bancadas e o Benfica arrancou novamente para uma exibição autoritária, abrindo uma verdadeira autoestrada sobre a direita, onde juntou Di María, Rafa e João Mário desfizeram a consistência que o Aves chegou a apresentar. O empate chegou mesmo em cima do intervalo, com Di María a destacar Aursnes sobre a direita e o norueguês a cruzar para a finalização, em carrinho, de João Mário.

O Benfica ia, assim, para o intervalo bem mais tranquilo e o Aves voltava a ter uma montanha para subir, agora obrigado a marcar três golos para ainda ambicionar chegar à fase final desta competição.

Schmidt mexe cedo e águias marcam mais dois

A segunda parte começou com novo susto para o Benfica, com Nenê a marcar logo a abrir, mas a bandeirola estava levantada e não valeu. O Benfica voltou a assumir as rédeas do jogo até que, ainda antes da hora de jogo, Roger Schmidt surpreendeu com três alterações de uma assentada, lançando para a contenda Tiago Gouveia, Gonçalo Guedes e Arthur Cabral, três jogadores que acabariam por deixar a sua marca bem vincada neste jogo.

Foi a altura que o Aves SAD decidiu voltar a arriscar e, desta vez, o Benfica, com muitos espaços, matou definitivamente o jogo, com dois golos de rajada. No primeiro, na sequência de um grande passe de Kokçu, Tiago Gouveia fugiu a toda a gente e, face à saída de Trigueira, marcou com um grande chapéu. Um golo de levantar o estádio, ainda mais por ter sido marcado por um dos «meninos» queridos da Luz. Bola ao centro e novo golo para o Benfica, depois de um livre marcado de forma rápida, que permitiu a Gonçalo Guedes destacar-se sobre a direita e cruzar para a entrada de Arthur Cabral. Anthony Correia, ao tentar antecipar-se ao brasileiro, acabou por desviar para as próprias redes. Estava feito.

Ainda faltavam mais de vinte minutos para o final, o Benfica continuou a ter oportunidades flagrantes para aumentar a vantagem, como é exemplo um lance em que Gonçalo Guedes voltou a surgir destacado diante de Trigueira, mas não conseguiu ultrapassar o guarda-redes do Aves.

A equipa de Jorge Costa, é preciso dizer, nunca baixou os braços e até esteve perto de reduzir a diferença, num remate de Jonathan Silva, mas, nesta altura, o Benfica já tinha o jogo e a qualificação mais do que controlada.

Não houve mais golos, mas o Benfica acaba por carimbar, de forma tranquila, o regresso à Final Four, onde já sabe que vai defrontar o Estoril, na segunda meia-final, a 24 de janeiro.