Entre contingências de calendário, jogos internacionais e baixas por lesão, Roger Schmidt mudou mais de meia equipa para a partida em Angra do Heroísmo, frente ao Lusitânia, e saiu de lá com uma vitória segura (1-4).

O técnico alemão tinha dito que era uma boa oportunidade para aparecerem os jogadores que têm sido menos utilizados e alguns deles, pelo menos, aproveitaram a ocasião.

Samuel Soares regressou à baliza, Aursnes foi lateral direito, Morato jogou ao lado de António Silva e Bernat foi titular à esquerda. Chiquinho entrou para o meio-campo, fazendo dupla com o incansável João Neves, Tengstedt e Arthur Cabral foram as apostas na frente de ataque.

O Lusitânia tinha prometido manter a sua ideia de jogo, mas teve dificuldades para ter bola, na fase inicial, com o Benfica a mandar na partida. Um domínio que resultou em golo logo aos nove minutos, com uma finalização requintada de João Mário.

Em vantagem desde cedo, o Benfica continuou a controlar o encontro, num relvado pesado, apesar do empenho da formação da casa. E acabou por dobrar a vantagem pouco depois da meia-hora de jogo, numa rápida fuga de Rafa, bem lançado por Chiquinho. Isolado, não teve dificuldades em bater Diogo Sá.

Com 2-0, os campeões nacionais sentiram que a eliminatória estava segura, sem margem para surpresas, e foi nesta fase que o Lusitânia cresceu mais. Gonçalo Cabral, que já tinha ameaçado uma vez, voltou a obrigar Samuel Soares a aplicar-se para evitar o golo dos açorianos.

Golo que acabou por surgir perto do intervalo, graças a uma grande penalidade, resultante de uma intervenção precipitada de Aursnes – atingiu Gonçalo Cabral com o cotovelo na disputa de uma bola no ar. Enzo Ferrara converteu o castigo.

Podia-se esperar uma reação da equipa da casa, na segunda parte, com a eventual confiança extra dada pelo golo. O reatamento, no entanto, mostrou o contrário.

Schmidt trocou Tengstedt – oportunidade desperdiçada – e Bernat – ainda limitado fisicamente – por Gonçalo Guedes e Jurasek. Do lado do Lusitânia, Ricardo Pessoa mantinha a equipa inicial.

O segundo tempo foi do Benfica. Sem forçar o andamento, foi criando algumas jogadas de perigo. Tantas que Arthur Cabral conseguiu estrear-se a marcar de águia ao peito, aos 68 minutos, depois de desperdiçar algumas oportunidades.

Estava decidida a eliminatória. O Lusitânia ainda refrescou a equipa, mas não tirou proveito disse. O Benfica esteve sempre mais perto de marcar o quarto golo do que a equipa da casa de reduzir a desvantagem.

Gonçalo Guedes tentou aproveitar a ocasião para voltar aos golos e ainda chegou a introduzir a bola na baliza, mas tinha feito falta sobre um defesa.

Quem marcou, já nos últimos minutos, foi Tiago Gouveia, rápido e eficaz a aproveitar o cansaço e a lentidão de André Amaral. Correu praticamente metade do campo com a bola, até a picar sobre Diogo Sá.

O Benfica respeitou a festa da taça, mas não deu margem que ela ‘acontecesse’. Ou seja, mesmo rodando jogadores, foi forte, concentrado e assertivo quanto baste, frente a um Lusitânia que sonhou com uma surpresa, mas teve de se contentar com a rara presença de um ‘grande’ no seu estádio.

Roger Schmidt consegue seguir em frente na prova, dar minutos a jogadores menos utilizados e poupar outros, antes da crucial receção à Real Sociedad, na terça-feira, para a Liga dos Campeões.