Toni, treinador do Montalegre, na sala de imprensa do Estádio do Dragão após a derrota frente ao FC Porto, por 4-0, na 4.ª eliminatória da Taça de Portugal:

«[Queria que a equipa jogasse à Montalegre, com coragem. Apesar do resultado, sente que isso foi cumprido?] Os nossos adeptos - e desde já agradecer, porque foi uma romaria – virem cá é um orgulho enorme. Estamos longe de tudo e todos, eles têm de se sentir orgulhosos do que a equipa tentou produzir. Não temos as armas do FC Porto, mas tentámos dignificar o futebol. Temos uma equipa com qualidade e não fazia sentido ir contra as nossas ideias, meter 10 jogadores atrás da linha da bola e pontapé para a frente. Não ia dignificar o Montalegre nem é isso que o presidente me pede; pede um futebol positivo, mas pecámos por ousadia em certos momentos, fruto da juventude. Tivemos oportunidades, mas sem capacidade para finalizar. Com o FC Porto, és castigado ao mínimo erro e assim aconteceu. Nada a apontar aos nossos atletas, pelo contrário. Felicitar o FC Porto pela passagem e que ganhem terça-feira [ao Barcelona] para que Portugal consiga ter mais equipas na Liga dos Campeões.

[Mensagem aos adeptos] Agradecer. É um orgulho imenso, não me lembrava de ver tanta união no nosso concelho. Os autocarros vieram na estrada, não foram postos à frente da baliza. O prémio maior que tivemos foi no fim do jogo, os nossos adeptos felicitaram a nossa equipa e os adeptos do FC Porto bateram palmas aos nossos jogadores. Sentiram que veio uma equipa pequena do interior tentar valorizar e mostrar-se. Foi uma festa bonita. Como montalegrense e treinador desta jovem equipa, é um orgulho imenso. Resultado pesado, merecíamos um "golinho", tivemos a primeira oportunidade que podia mudar o jogo. Os meus jogadores são uns heróis hoje, dignificaram o clube e a gente de Montalegre. Somos abnegados e isso foi demonstrado hoje. O FC Porto tem mais armas do que nós e temos de reconhecer isso.

[Equipa quebrou depois do 2-0] Quando jogas contra um poderio como o do FC Porto... pecámos por ousadia, porque a equipa sentiu que era capaz, com bola fomos muito competentes, mas perdemo-nos sem bola, o que é mérito do FC Porto, pelas dinâmicas e qualidade individual que tem. Saímos do gabinete do mister Sérgio Conceição ainda mais felizes e fico orgulhoso depois das palavras que ouvi.

[Quer partilhar o que lhe disse Sérgio Conceição?] Não. Por respeito ao futebol e ao mister. São coisas nossas. Fica para mim e será transmitido aos meus jogadores.»