Boris Becker, ex-tenista que chegou a ser número 1 mundial no início da década de 90, assumiu-se como culpado de fraude fiscal e assumiu que temeu pela vida nos oito meses em que esteve preso no Reino Unido antes de ser deportado.

«Claro que fui culpado. Aprendi uma lição difícil. Uma lição muito dolorosa. Passei fome e cheguei a ser ameaçado de morte. Na prisão, não somos ninguém. Somos apenas um número. Eu fui o A292EV», disse Boris Becker numa entrevista ao canal de televisão germânico Sat.1.

Esta foi a primeira entrevista de Becker após ter sido libertado a 15 de dezembro no Reino Unido, onde residia desde 2012 e cumpriu oito meses da pena de dois anos e meio de prisão por fraude fiscal.

Apesar da dureza da vida trás das grades, o ex-tenista e em tempos também treinador de Novak Djokovic reconheceu que a prisão lhe permitiu refletir sobre a vida. «Por outro lado, a prisão teve coisas boas. Temos tempo para pensar muito, pensar nos erros que cometi estes anos, em que tive maus amigos e em que não soube organizar a minha vida», confessou.

Agora em libertade na Alemanha, Becker disse que vai refazer a vida fora do país natal. Provavelmente em Miami ou no Dubai.

Recorde-se que o vencedor de seis torneios do Grand Slam de singulares foi condenado por não ter declarado uma propriedade na Alemanha e, entre outros atos, por ter ocultado ou transferido ilicitamente centenas de milhares de euros e de libras já depois de ter declarado falência em 2017 quando tinha dívidas estimadas em 59 milhões de euros. Boris Becker tem um historial de problemas com a justiça: em 2002 já tinha sido condenado na Alemanha a dois anos de pena suspensa e a uma multa de 500 mil euros por não ter pago 1,7 milhões de euros em impostos

O antigo número um mundial, que em 1985 se tornou, aos 17 anos, o primeiro tenista não pré-designado a conquistar o título de singulares em Wimbledon, declarou falência em junho de 2017, com as suas dívidas estimadas em 59 milhões de euros.

Becker tem um historial de problemas com a justiça, tendo sido condenado em 2002 na Alemanha a dois anos de pena suspensa e a uma multa de 500 mil euros por não ter pago 1,7 milhões de euros de impostos.