O ministro do Ambiente, Francisco Nunes Correia, negou no «Jornal da Noite» da «SIC», de sexta-feira, que o Governo tenha interferido junto da Comissão de Coordenação Regional do Centro (CCDR) na escolha do traçado do TGV.

«O Governo não intercedeu junto da CCDR recomendando este ou aquele traçado», disse Nunes Correia, reagindo à notícia avançada pela «SIC» que o Ministério do Ambiente tinha aprovado «o traçado de TGV entre a Ota e Pombal contra o parecer final da Comissão de Avaliação do projecto».

Segundo a agência «Lusa», Nunes Correia adiantou que o Ministério do Ambiente apenas «avalia o impacto ambiental dos traçados propostos e este é o menos mau».

O ministro do Ambiente afirmou também que «para uma obra desta magnitude não há qualquer dúvida que ela se possa fazer sem impactos negativos», sejam ambientais ou sócio-demográficos.

De acordo com Nunes Correia, a comissão de avaliação de impacto ambiental «recorreu ao traçado menos gravoso».

A notícia da «SIC» fala ainda de alegadas «pressões» por parte da CCDR Centro para que técnicos superiores alterassem o parecer que considerava inviáveis todos os traçados propostos pela RAVE para o projecto de Ligação Ferroviária de Alta Velocidade, entre os concelhos de Alcobaça e Pombal.

Opinião do CCDR «é que importa»

Ainda segundo a «SIC», este processo terá resultado no afastamento compulsivo dos técnicos em causa da comissão de avaliação do projecto.

Nunes Correia disse que os técnicos «não são porta-vozes da instituição» e o que «importa é a opinião» da CCDR.

«A direcção desta instituição é que tem que veicular as opiniões», sublinhou.

Sobre a audição pedida pelos partidos da oposição ao ministro do Ambiente para prestar esclarecimentos sobre as notícias divulgadas, Nunes Correio disse que «sempre» esteve disponível para prestar declarações.