O plantel da U. Leiria decidiu entregar um pré-aviso de greve ao jogo da próxima jornada da Liga, domingo, na Marinha Grande, com o Feirense.

A decisão acaba de ser tomada depois de mais uma reunião com o Sindicato de Jogadores. Os jogadores vão treinar normalmente, mas só irão a jogo caso pelo menos um salário seja regularizado até à véspera do encontro.

A lógica manter-se-á para os restantes dois jogos, com o Benfica e o Nacional, ou seja, o pagamento de um ordenado até ao dia anterior de cada partida, até se completarem três dos quatro meses em atraso.

Evangelista quer legislar contra o incumprimento

Parceiro em todo este caso dos jogadores da U. Leiria tem sido o Sindicato de Jogadores que, na voz do presidente Joaquim Evangelista, fez questão de atacar o problema de frente na conferência que se seguiu à reunião:

«O objetivo é obrigar a entidade patronal a regularizar o incumprimento salarial e obrigar o Governo e as entidades competentes, nomeadamente a Liga e a Federação, a uma intervenção firme, legislando e regulamentando o incumprimento salarial que coloca em causa a verdade desportiva.»

«A Liga é corresponsável porque autorizou este clube a competir. Exigimos que o presidente da Liga se manifeste contra a vergonha dos salários em atraso.O Governo já se pronunciou sobre outros temas, como a arbitragem, e não o fez relativamente ao incumprimento salarial. Isto desacredita o futebol», completou.

O dirigente voltou a chamar a atenção para a necessidade de serem revistos os pressupostos de licenciamento dos clubes, com mais medidas de controle, e apelou ainda à criação de «mecanismos de solidariedade financeira» para ajudar os jogadores nestas circunstâncias. «Ninguém deseja uma paralização, que pode perturbar as competições e influenciar resultados», disse.

«A maioria dos trabalhadores da U. Leiria tem quatro meses em atraso, o que implica consequências graves a nível pessoal, familiar e profissional. Mas, para lá do apoio material prestado pelo sindicado, os jogadores vivem num completo abandono», denunciou.

A U. Leiria já «perdeu» cinco jogadores desde o início deste processo, além de o presidente da SAD, João Bartolomeu, se encontrar demissionário. Mas há risco de mais atletas abandonarem o clube, que, entretanto, já procedeu à inscrição de uma equipa para jogar nos distritais.

[Artigo atualizado]