Três jogadores brasileiros de futsal estão a pedir ajuda para fugirem de Kherson, cidade localizada no Sul da Ucrânia e que as tropas russas dizem já ter conquistado.

Daniel Rosas, futsalista de 28 anos, relatou em entrevista ao Globoesporte o ambiente que se vive na cidade, na qual mora há ano e meio.

«Apesar de ainda termos bastante coisas em casa, não sabemos quanto tempo isto vai durar. Agora pela manhã, descemos para ir ao supermercado para ver se estava aberto. Deparámo-nos com tanques de guerra e voltámos a correr para casa», afirmou.

Há uma semana, o autocarro da equipa que Daniel e os dois colegas brasileiros defendem, o Prodexim Kherson, estava a voltar de um jogo, quando foi pública a invasão da Rússia à Ucrânia.

«Faltava uma hora para chegarmos à cidade quando começámos a ver o movimento de carros a saírem da região. Toda a gente a sair da cidade e nós a voltarmos.»

«Muita gente pergunta porque é que ainda não saímos. Neste momento, não há maneira disso acontecer. Há gente que está há dias na fronteira sem conseguir passar. Há histórias de que pedem subornos. Não adianta irmos para a fronteira sem termos a certeza do que vai acontecer. Estamos com pouco dinheiro aqui, não sabíamos que isto ia acontecer. Imaginem chegarmos lá e não termos onde ficar, a passar frio. Estamos à espera», atirou.

O irmão de Daniel Rosas, Leonardo, também é jogador de futsal, e curiosamente joga na Rússia, em Moscovo.

«Aqui na Rússia a vida está normal, o campeonato está a decorrer, há treinos, escola… A única questão é a liquidez nas caixas de multibanco, estamos preocupados que entretanto acabe o dinheiro», relatou.