Roman Abramovich anunciou, em comunicado, a intenção de vender o Chelsea.

Na nota divulgada no site do clube londrino, o multimilionário justifica a decisão com a situação atual, sem referir o conflito armado entre Rússia e Ucrânia, frisando que é o melhor para ambas as partes. Lembre-se que a 26 de fevereiro o oligarca já tinha abdicado da gestão dos blues

Abramovich revela ainda que vai ser criada uma fundação e que todos os «lucros líquidos da venda serão doados» e vão ter como destino «todas as vítimas da guerra na Ucrânia». 

Recorde-se que o emblema inglês, cujo dono está ligado ao regime de Vladimir Putin, tinha abordado de forma sucinta a invasão russa à Ucrânia. Por sua vez, o técnico Thomas Tuchel implorou o fim das questões relacionadas com Abramovich e com a guerra

O russo adquiriu o Chelsea em 2003 por 155 milhões de euros, tendo conquistado 19 títulos. Interessados no negócio não faltam

Recorde-se que Abramovich obteve nacionalidade portuguesa em abril de 2021, ao abrigo da Lei da Nacionalidade para os judeus sefarditas. O Ministério Público está a investigar o processo. 


O comunicado de Abramovich na íntegra:

«Gostaria de abordar a especulação na imprensa, nos últimos dias, em relação à minha propriedade do Chelsea FC. Como já disse antes, sempre tomei decisões com o melhor interesse do Clube em mente. Na situação atual, tomei, portanto, a decisão de vender o Clube, pois acredito que seja do interesse do Clube, dos adeptos, dos colaboradores, bem como dos patrocinadores e parceiros do Clube.
A venda do Clube não será acelerada, mas seguirá o devido processo. Não vou pedir nenhum empréstimo para ser reembolsado. Isto nunca teve a ver com negócios ou dinheiro para mim, mas sobre pura paixão pelo jogo e pelo clube. Além disso, instruí a minha equipa a criar uma fundação de caridade onde todos os lucros líquidos da venda serão doados. A fundação será para o benefício de todas as vítimas da guerra na Ucrânia. Isso inclui fornecer fundos essenciais para as necessidades urgentes e imediatas das vítimas, bem como apoiar o trabalho de recuperação a longo prazo.
Por favor, saibam que esta foi uma decisão incrivelmente difícil de tomar, e dói-me separar-me do Clube dessa maneira. No entanto, acredito que isso seja do melhor interesse do clube.
Espero poder visitar Stamford Bridge uma última vez para me despedir de todos vocês pessoalmente. Foi o privilégio de uma vida fazer parte do Chelsea FC e estou orgulhoso de todas as nossas conquistas conjuntas. O Chelsea Football Club e seus adeptos estarão sempre em meu coração.»