V. Guimarães e Gil Vicente «dividiram» os pontos no Estádio D. Afonso Henriques, num cenário que se ajusta à quadra festiva. Embalados pelas baixas temperaturas, os dois emblemas do Minho não chegaram a aquecer e proporcionaram um fraco espectáculo aos quase 9000 espectadores presentes. Nuno Assis prometeu uma grande noite, mas apenas e só isso. O Gil Vicente recompôs-se do ímpeto inicial vimaranense e acabou por conquistar um ponto, com inteira justiça.

Comparativamente com a última jornada, Paulo Alves e Rui Vitória operaram alterações nos seus conjuntos, depois de saírem derrotados. O V. Guimarães perdeu na Marinha Grande diante da União de Leiria e o Gil Vicente foi derrotado em Vila do Conde pelo Rio Ave.

O técnico da casa foi o que mais mexeu, com três alterações, inclusive alterando o esquema táctico. João Paulo, Bruno Teles e Paulo Sérgio entraram para os lugares de Bruno Teles, Olímpio e Barrientos. O losango no meio-campo deu lugar ao 4x3x3 com a inclusão de Paulo Sérgio no onze inicial. Foi a estreia a titular do extremo português no campeonato.

No Gil Vicente Paulo Alves deixou de fora o ponta-de-lança Roberto, que já passou por Guimarães, e fez entrar Pedro Moreira. O técnico Gilista pretendeu dotar o ataque com outras armas apostando na mobilidade de Richard no lugar do fixo Roberto.

Tentado a fazer esquecer a exibição cinzenta da Marinha Grande, o V. Guimarães entrou forte na partida e chegou ao golo ao minuto 18. Inverteram-se os papéis e foi o gigante Edgar a cruzar para a cabeça do pequeno Nuno Assis. Um golo que se adivinhava face à apatia dos homens de Paulo Alves e à entrada determinada dos da casa. Antes do golo já Nuno Assis havia dado sinais da vontade vimaranense com um cabeceamento ao poste.

Rapidamente Paulo Alves desfez a alteração e colocou Roberto em campo sacudindo por completo a pressão vimaranense. A equipa de Barcelos cresceu e chegou ao empate num lance de bola parada. Richard cobrou o livre e foi NDiaye quem acabou por introduzir a bola na própria baliza com o peito.

Mais tranquilo o Gil Vicente não entrou em euforias, mas com ataques certeiros teve os lances mais perigosos do segundo tempo. Os da casa iam dominando o jogo e a procura do segundo golo, mas de forma frouxa e pouco incisiva. Primeiro Luís Carlos, depois Hugo Vieira a não corresponder da melhor forma a uma investida de Caiçara, e por último Hugo Vieira esfriaram ainda mais o D. Afonso Henriques.

Rui Vitória apostou em Soudani, Targino e Barrientos, mas sem efeitos práticos e sem se acercar verdadeiramente da defesa do Gil Vicente. Por sua vez Laionel e Guilherme foram as apostas gilistas no sentido de aproveitar aquela que poderia ser a ofensiva dos de Guimarães.

O jogo acabou com muitos assobios no D. Afonso Henriques e com uma «divisão» justa de pontos. A estratégia de Paulo Alves não resultou, mas foi rapidamente corrigida enquanto o V. Guimarães não se conseguiu recompor do golo sofrido numa noite em que até começou por prometer. A organização do Gil Vicente acabou por superiorizar-se ao desespero da equipa da casa que acusou em demasia o autogolo de NDiaye.

Os de Barcelos somaram mais um ponto na tranquila caminhada neste regresso ao primeiro escalão enquanto os vimaranenses veem os lugares europeus cada vez mais como uma miragem.