1-1. Assim acabou o Vitória de Setúbal-Nacional, que encerrou a segunda jornada. As duas equipas parecem talhadas para este resultado, tendo em conta que na primeira jornada também assim terminaram os respectivos jogos. E foi também com uma igualdade a uma bola que terminaram os dois últimos embates entre sadinos e insulares no Bonfim. Por isso o resultado ajusta-se, até pelo equilíbrio de forças. De um lado um Vitória com muito coração, do outro um Nacional com muita cabeça.
Nem sempre a melhor defesa é o ataque

Moralizado com o empate em Guimarães, o Vitória de Setúbal entrou na partida muito determinado a conquistar três pontos no seu primeiro jogo em casa. A equipa sadina fazia pressão alta e obrigava o Nacional a perder muitas bolas no seu sector recuado. Mas com esta postura o Vitória acabou por desequilibrar-se tacticamente e foi surpreendido em contra-ataque, na primeira vez que o Nacional passou o meio-campo. Tudo começou com uma perda de bola de Ricardo Chaves e terminou com um cruzamento perfeito de Juliano Spadacio para a cabeça de Lipatin, que marcou logo na estreia com a camisola alvi-negra (8m).
O Vitória acusou um pouco o golo, como que percebendo que tinha de ser mais racional a atacar, mas durou pouco essa reflexão. Aos poucos a equipa voltou a atirar-se de cabeça para o meio-campo contrário, mas desta vez colheu frutos. Aos 20 minutos chegou o empate. Matheus cruzou para a área, Edinho deu um primeiro toque e o perspicaz Paulinho empurrou para o fundo da baliza.
Estava reposta a igualdade mas o Vitória continuava com a sua equipa muito partida e o Nacional, mais arrumado, ia criando perigo em contra-ataque. Aos 27 minutos Fellype Gabriel atirou mesmo ao poste, com Eduardo pregado ao chão. O Vitória respondeu com remates de Matheus (28m) e Adalto (36m), mas em ambas as ocasiões Diego Benaglio respondeu bem. Eduardo não quis ficar atrás e aos 40 minutos evitou o golo de Juliano Spadacio, que aproveitou mais uma distracção de Janício e apareceu solto ao segundo poste, após cruzamento de Patacas.
Com coração mas sem soluções
O segundo tempo começou logo com uma grande oportunidade para o Vitória. Paulinho atirou à barra, na sequência de um cruzamento da esquerda. Foi o melhor que se viu na etapa complementar.
O Vitória continuava a jogar de forma entusiástica, quase apaixonada, mas o Nacional compensou sempre isso com uma postura mais racional, sabendo muito bem o que estava a fazer. Aos poucos a equipa insular redobrou os cuidados defensivos, sempre à espreita do contra-ataque, mas sem o mesmo caudal da primeira parte.
Os sadinos, por seu lado, acabaram por revelar algo que vai ser ainda mais visível a meio da temporada: o plantel tem qualidade, ainda para mais sabendo as dificuldades económicas do clube, mas faltam soluções no banco, capazes de resolver estas partidas que teimam em cingir-se ao equilíbrio.