Vários países europeus têm vindo a aderir nos últimos anos ao hábito de não vacinar os filhos. A consequência é simples: o regresso de doenças quase erradicadas, como o caso do sarampo.

Portugal ainda é exceção, numa Europa que retrocede anos na luta contra doenças infecciosas pois ainda tem uma boa taxa de cobertura de vacinação, sem casos registados.

O alerta partiu do Centro Europeu para a Prevenção e controlo de Doenças que revela, segundo o «Jornal de Notícias», que o declínio da vacinação, causado por grupos de pessoas anti-vacinas, originou um aumento da incidência de antigas doenças infecciosas.

Doenças como o caso do sarampo e a rubéola, quase extintas, têm regressado agora a voltar em novos surtos.

Segundo Graça Freitas, subdirectora-geral de Saúde, «este fenómeno de moda de não vacinar, em Portugal tem uma dimensão pequena, por isso não temos tido surtos.

Graça Freitas sublinha ainda a importância de vacinar, não só pela imunidade do indivíduo, mas pela imunidade de grupo, que é o que permite que as doenças estejam controladas.

«Se num grupo de dez pessoas uma não estiver vacinada, essa vai beneficiar da imunização das outras», afirmou. Mas basta dois ou três anos com uma baixa cobertura de vacinação para elas reaparecerem, acrescentou.

Quanto a esta nova moda de não vacinar, Graça Freitas explica que as pessoas deixaram de temer as doenças porque elas desapareceram, mas adianta que é importante continuar a vacinar, porque é justamente «essa despreocupação, que pode fazê-las voltar, como aliás já está a acontecer na Europa».