Varzim e Benfica reencontram-se neste sábado, na VI eliminatória da Taça de Portugal. O recinto poveiro reedita um duelo com histórias, sobretudo uma que envolveu Mantorras, autor do golo que deu a vitória à formação encarnada na última eliminatória da prova, frente à U. Leiria (2-1).
Pedro Mantorras é, por esta altura, um suplente de luxo no Benfica, mas é curioso recuar meia década por recordar a enorme dose de esperança depositada no emergente avançado angolano, que acabaria por ser penalizado por problemas físicos. Mantorras chegou à Luz no início da temporada 2001/02 e, após uma pré-época prometedora, iniciava a sua aventura com uma deslocação à Póvoa do Varzim, na 1º jornada do campeonato.
Alexandre, experiente defesa-central da equipa da casa, fez uma marcação cerrada ao jogador, que não encontrou espaços para espalhar a sua magia. O Benfica acabaria por empatar (Fumo e Cabral p.b.); Fernando Meira e Zahovic), vendo dois jogadores seus serem expulsos (Pesaresi e Porfírio) e Mantorras sair perturbado do duelo com Alexandre.
«Deixem jogar o Mantorras». O famoso apelo surgiu na ressaca do encontro, numa conferência de imprensa realizada no Estádio da Luz, onde os encarnados pediram que o jogador tivesse liberdade para embelezar o espectáculo, como vinha sendo seu timbre. António Simões, Eusébio e o próprio avançado lamentaram a excessiva dureza patenteada ao longo do encontro.
«Felizmente saí do jogo a ganhar sobre o Mantorras, mas depois tive de aguentar uma semana complicada. A maior parte das faltas foram agarrões mútuos, situações banais», recordou nesta quarta-feira Alexandre. O experiente defesa-central, actualmente com 33 anos, continua ao serviço do Varzim, mas não deve ser titular no sábado.
«Mesmo que fique no banco vou tentar ajudar os meus companheiros com instruções e rectificações», garante Alexandre, em declarações à Agência Lusa, acrescentando: «A responsabilidade está toda do lado do Benfica, que em 10 jogos connosco ganha sete ou oito, mas acreditamos que este pode ser um daqueles dois que ganhamos.»
Em cinco anos, o horizonte de Mantorras sofreu alterações de relevo, mas importa recordar o que se disse na altura sobre a jovem promessa, à chegada ao Estádio da Luz. António Simões, então director-geral do Benfica, recorda ao Maisfutebol o que o levou, em 2001, a lançar o famoso pedido: «Deixem jogar o Mantorras»: «Ele foi muito massacrado nesse jogo, levou tantas, tantas...O árbitro também deixou passar em claro uma grande penalidade claríssima. O Mantorras era uma grande esperança, na altura.» Carregue nos respectivos links.