O gestor da falência da Qimonda Michael Jaffé, sublinhou em reunião com os trabalhadores da principal fábrica do grupo, em Dresden, que o seu principal objectivo «é manter a empresa».

Jaffé, que estava acompanhado pelo presidente executivo da Qimonda, Kin Wah Loh, e pelo chefe do departamento financeiro, Thomas Seifert, referiu também que se pretende manter a produção «pelo menos até finais de Março», diz o jornal Sueddeutsche Zeitung, citado pela Lusa.

No entanto, a continuidade da produção «depende das encomendas, dos fornecedores e também do empenho dos trabalhadores», disse ao jornal berlinense Morgenpost o porta-voz do gestor da falência, Sebastinan Brunner.

Os trabalhadores que estiveram na reunião com Jaffé, em Dresden, adiantam que o advogado de Munique sustentou que, com a declaração de falência, é mais fácil encontrar um investidor para a Qimonda. Para isso, é necessário «o apoio do Estado», referiu.

Depois de um encontro entre o gestor da falência e o ministro-presidente da saxónia, Stanislav Tillich, o respectivo porta-voz disse que este Estado federado mantém a sua oferta de 150 milhões de euros para refinanciar a Qimonda.

Emprega 12 mil pessoas em todo o mundo

O acordo para refinanciamento da Qimonda apresentado em finais de Dezembro totalizava 325 milhões de Euros, 150 do Estado da Saxónia, 100 milhões de Portugal, através de um consórcio de bancos, e 75 milhões do principal accionista, a Infineon.

Na semana passada, porém, a Qimonda requereu uma ajuda suplementar de 300 milhões de euros aos mesmos protagonistas, que lhe foi negada, e na sexta-feira declarou falência no Tribunal Administrativo de Munique.

O fabricante de «chips» e semicondutores utilizados em memórias de computadores, telemóveis e consolas de jogos emprega cerca de 12 mil pessoas em todo o mundo, das quais perto de 1990 na unidade de produção de Vila do Conde, que é o maior exportador português.