Nota prévia: em dias em que o sol não espreita e a chuva cai, há poucos programas melhores do que ficar em casa esticado no sofá, debaixo de mantas e a ver um bom filme. Se calhar a um domingo, então, perfeito!

A ideia que fica dos 90 minutos é a de que os jogadores de V. Setúbal e Arouca não estavam muito virados para jogar futebol nesta tarde de fim de semana. Lá está: um daqueles domingos convidativos para programas caseiros.

E foi este o cenário do V. Setúbal-Arouca, um espetáculo (?) de futebol fraco. Tão fraco que escrever sobre ele requer um grande esforço de escrita criativa.

Vamos a isso, então!

CONFIRA O FILME E A FICHA DE JOGO

Quim Machado repetiu o onze do triunfo sobre o Moreirense na semana passada. Do lado dos arouquenses, Lito Vidigal promoveu duas alterações em relação ao empate com o Tondela na última ronda. Tirou o lesionado Gegé e David Simão, lançando Velázquez e Artur para os seus lugares.

Numa partida em que raramente uma equipa esteve por cima da outra, a primeira boa oportunidade pertenceu ao conjunto de Lito Vidigal. Aos 13 minutos, Tomás Dabó foi à linha e tirou o cruzamento para a cabeça de Maurides, que atirou ao lado do poste esquerdo.

A primeira parte seguia com muita precipitação de parte a parte e pouca ação junto às balizas de Ricardo e Bracalli, apenas chamados a intervir para recolher tentativas falhadas de lançamentos ou a sair dos postes em lances de bola parada.

Com as equipas demasiado amarradas, pertenceu ao Arouca a melhor ocasião de golo dos primeiros 45 minutos. Já perto do descanso, o central Velázquez rematou no coração da área para excelente intervenção de Ricardo.

Pior espetáculo era difícil, mas na segunda parte o cenário não melhorou. Pelo contrário. A chuva, que até então tinha dado tréguas, começou a cair com intensidade e o relvado começou a ficar pesado.

Não deixa de ser sintomático que as ocasiões mais flagrantes de um jogo não tenham pertencido aos homens da frente. Sinal de incapacidade na construção.

O Vitória ainda apertou o cerco a partir dos 60 minutos (depois da entrada de André Horta), mas raramente pôs à prova Bracalli numa onda que não durou muito tempo. As tentativas dos homens de Quim Machado iam esbarrando ora na desinspiração ora nas pernas dos jogadores da equipa forasteira.

Com pouco caudal ofensivo, mas mais sereno em campo e a trocar melhor a bola, o Arouca beneficiava das melhores oportunidades. Aos 71’, Fábio Pacheco deu o corpo a duas vagas da equipa de Lito Vidigal. Cinco minutos depois, foi a vez de Velázquez rematar à malha lateral em mais um lance de bola parada.

O Vitória acabou o jogo reduzido a dez, por expulsão de Dani por acumulação de amarelos à entrada do período de descontos, num jogo fraco e em que o Arouca dispôs de poucas mas ainda assim das melhores oportunidades e poderia ter regressado ao norte com os três pontos na bagagem e a primeira vitória para a Liga desde o triunfo sobre o Benfica há mais de dois meses.

Ainda não foi desta, na primeira vez em que os sadinos ficaram em branco nesta edição da Liga. Num dia em que mais valia (mesmo) ter ficado em casa a ver o tal filme.