Foi com o peito que Matheus Pereira carimbou o passaporte do Vizela, já na segunda parte do prolongamento, para os oitavos de final da Taça de Portugal. A formação vizelense entrou a perder, mas conseguiu dar a volta ao marcador e dar mais um passo rumo à final do Jamor.

O Estrela da Amadora abriu o marcador, esteva confortável no jogo e isso fez com que não procurasse tanto o ataque. Acabou castigado com o golo da igualdade e, depois da expulsão de Léo Jabá, só deu Vizela. Os estrelistas terminaram o jogo com dois jogadores a menos, já que Keliano sentiu-se mal e teve de receber tratamento hospitalar.

Estrela a abrir

Jogos da Taça de Portugal não implicam, necessariamente, grandes alterações nos onzes. Pablo Villar fez três, em relação ao jogo com o Famalicão, enquanto Sérgio Vieira fez apenas duas depois da derrota com o Moreirense. O técnico vizelense lançou de início Alex Mendez, Soro e Dylan, nos lugares de Nuno Moreira, Diogo Nascimento e Lacava. O treinador estrelista trocou Miguel Lopes e Ronald por Erivaldo Almeida e André Luís.

O início foi equilibrado. As duas equipas entraram com cautelas defensivas e a estudar o adversário. Com maior poder físico, o Estrela da Amadora foi a primeira equipa a criar perigo. Kikas apareceu solto do lado direito a aquecer as luvas de Buntic. Na resposta, Samu rematou cruzado para defesa apertada de Dida e Essende quase a chegar à recarga.

O desafio mantinha-se como a noite em Vizela: bastante frio. Contudo, Kikas voltou a aparecer para dar calor ao jogo e aos adeptos estrelistas. Após um pontapé de canto a favor da turma minhota, Léo Jabá saiu no contragolpe e isolou o português de 25 anos que, na cara do golo, não perdoou. A formação amadorense, pouco depois, sofreu uma contrariedade com a lesão de Aloísio, rendido na partida por Vitó.

Os vizelenses demoraram algum tempo a recomporem-se, apesar de terem mais posse de bola. O perigo só voltou a rondar as balizas já em cima do descanso. Samu, sempre ele, pegou no esférico à entrada da área e cá vai disto: uma bomba que acertou em cheio na trave da baliza estrelista, que por esta hora ainda deve estar a abanar!

Resposta vizelense

Nenhum dos treinadores fez alterações para o segundo tempo e a toada de jogo manteve-se: o Vizela com mais bola e o Estrela na expetativa. Por isso, pouco depois, Pablo Villar mexeu na equipa, fazendo entrar Nuno Moreira e Diogo Nascimento. Pouco depois, Matías Lacava ia a jogo e voltava a estar em campo a equipa que havia defrontado o Famalicão.

À maior posse de bola dos minhotos, os visitantes respondiam com contra-ataques venenosos. Num deles, Kikas voltou a colocar o esférico no fundo das redes, mas o lance foi invalidado por fora de jogo. Sérgio Vieira, na bancada por estar castigado, refrescava o ataque para tentar manter a equipa ligada à baliza contrária. Ainda assim, foram os locais a chegar ao empate a dez minutos do fim. Cruzamento da esquerda para a entrada da área onde a pareceu o central Bruno Wilson a rematar para golo.

Festa rija vizelense, que aumentou pouco depois com a expulsão de Léo Jabá, admoestado com dois cartões amarelos e consequente vermelho. Até ao final, os da casa tentaram evitar o prolongamento e ficaram a centímetros de o conseguir: Nuno Moreira apareceu na cara do golo, mas rematou ao lado.

Só Vizela no prolongamento

O inevitável aconteceu e foram jogados mais 30 minutos. A jogar com mais um homem, o Vizela acentuou ainda mais o domínio. A baliza à guarda de Dida era o alvo principal, no entanto, apesar das tentativas de Samu, Nuno Moreira, Essende e Diogo Nascimento, este último ainda tirou tinta ao ferro, a igualdade persistiu até ao intervalo.

Na segunda parte do prolongamento, houve mais do mesmo. Os vizelenses em busca do golo e os estrelistas a defenderem-se como podiam e com muitas dificuldades em chegar ao ataque. O tão desejado golo acabou por chegar a sete minutos do fim. Matheus Pereira virou o flanco, Lacava foi à linha cruzar e o mesmo Matheus a aparecer na área a marcar… com o peito!