Arséne Wenger deixa os responsáveis da UEFA de orelhas a arder, por causa da decisão de o acusar de conduta imprópria na sequência do Barcelona-Arsenal. O treinador do clube inglês fala em «ditadura».

«O Arsenal foi castigado. Quando temos um jogo de futebol daquele calibre, não podemos tomar decisões destas e ainda por cima mostrar arrogância. Podemos todos perceber que se tomam decisões erradas, mas para lá disso torna-se ditadura», disse Wenger nesta quinta-feira, referindo-se à expulsão de Van Persie aos 56 minutos, por rematar depois de o árbitro ter apitado.

«Ficava bem à UEFA um pouco mais de humildade. Pedir desculpa pelo que aconteceu ficaria bem melhor do que acusar pessoas que não fizeram nada de errado. A UEFA devia manter algum «low profile» depois do que aconteceu», prossegue o treinador: «Estamos fora da Liga dos Campeões, perdemos um dos nossos grandes objectivos, sofremos vários prejuízos e, em cima disso, ainda temos de pedir desculpa à UEFA. Não fizemos nada de errado. Eles é que organizam a competição, eles é que nomeiam os árbitros.»

Quando lhe perguntam se dirigiu impropérios ao árbitro, a acusação que está na origem do processo disciplinar, Wenger vai por outro caminho: «Deixarei isso para a UEFA, se eles quiserem mesmo saber, porque terei coisas interessantes para dizer sobre declarações feitas por pessoas que não deviam ter dito o que disseram. O Busacca disse-me alguma coisa a mim? Não quero falar disso em público.»

«Não termos conseguido fazer um remate à baliza foi o nosso maior problema, mas isso não teria acontecido com 11 contra 11, acreditem. Já tínhamos dado muito e ficar reduzidos a 10... O árbitro naquela altura sabia exactamente o que ia acontecer e eu também; que iria ser muito difícil nos últimos 20 minutos», conclui.

No meio disto, Fabregas voltou a lesionar-se, uma recaída do problema muscular na coxa que o tem afectado, e será baixa para o encontro de sábado com o Manchester United, para a Taça de Inglaterra. Wenger já não podia contar com Walcott, Song e Vermaelen, além dos guarda-redes Szczesny e Fabianski.