O presidente da UEFA, Aleksander Ceferin, mostra-se otimista com a realização do Europeu em 2021, após o adiamento devido à pandemia de covid-19, e com o regresso do público aos estádios.

«Sou otimista por natureza e penso que temos de planear considerando que a pandemia estará sob controlo no próximo ano e que os adeptos terão a oportunidade de viajar para as 12 cidades-sede de forma segura e sem restrições para viverem as emoções do Euro2020 no próximo verão», afirmou o dirigente esloveno, em entrevista à agência Lusa.

O Euro2020, no qual Portugal vai defender o título conquistado em 2016, que vai ser disputado em 12 cidades de outros tantos países europeus, foi adiado para entre 11 de junho e 11 de julho de 2021.

«Posso prometer que a UEFA, em conjunto com toda a comunidade do futebol europeu, fará tudo o que está ao seu alcance para assegurar o ambiente mais seguro possível através da implementação e respeito de todas as regras e regulamentos para o bem do beautiful game», prosseguiu o esloveno.

Aleksander Ceferin recordou ser «otimista por natureza», quando questionado sobre o regresso dos adeptos aos estádios de futebol, depois da suspensão praticamente generalizada das competições devido à pandemia de covid-19 e da retoma à porta fechada.

«Em alguns países, onde tal já se verifica, nós vemos um certo número de espectadores a regressarem aos estádios para apoiarem a sua equipa preferida. Esperamos – e novamente refiro que sou um otimista por natureza – que em breve tenhamos adeptos de regresso aos estádios em todo o continente para verem jogos das competições da UEFA, desde que seja seguro fazê-lo», frisou.

O dirigente esloveno assegurou que «tanto a UEFA como as federações nacionais em toda a Europa sabem da importância de permitirem o regresso dos adeptos aos estádios, mas a situação na Europa ainda está fragmentada».

«A UEFA está constantemente a monitorizar a situação nos diferentes países para avaliar se a decisão atual de os jogos serem à porta fechada precisa de ser mantida», rematou.

O responsável garantiu que a UEFA voltava a escolher Lisboa para receber a final a oito da Liga dos Campeões.

«Claro. A Federação Portuguesa de Futebol (FPF) trabalhou tanto, em conjunto com as autoridades portuguesas e a UEFA, para fazer da prova um sucesso retumbante. Algumas pessoas estavam céticas sobre o formato e não acharam que poderia ser um sucesso. Contudo, o presidente da FPF, Fernando Gomes, e o diretor-executivo, Tiago Craveiro, podem estar orgulhosos, de forma justificada, do que alcançaram», afirmou Ceferin.

«Foi extremamente importante que tenhamos tido a oportunidade de retomar a competição e Lisboa foi uma fantástica cidade-sede da prova. O apoio das autoridades portuguesas e da FPF foi de excelência e penso que todos os clubes podem testemunhar a qualidade das infraestruturas e a organização de topo», referiu o presidente da UEF, que reconheceu que este formato será difícil de repetir.

«O motivo pelo qual estamos a jogar neste formato deve-se à pandemia. É uma solução alternativa face a um problema. É uma solução possível, mas que nasce da necessidade de dar resposta à questão central de como encontrar uma forma de terminar as competições de forma segura para os jogadores e todos os envolvidos. Alguns podem considerar interessante no futuro este formato, mas não acredito que seja possível com um calendário tão denso. Não vejo como fazer um torneio de uma ou duas semanas em maio. É impossível, acho», admitiu Ceferin.

O Estádio da Luz, em Lisboa, recebe no domingo a final entre Paris Saint-Germain e Bayern Munique, 11 dias depois do arranque na Luz e em Alvalade, com a disputa de quartos de final e meias-finais em apenas um jogo e sem público.

«Esta competição trouxe momentos de emoção única e de grande tensão e drama, mas temos de nos lembrar das circunstâncias excecionais que nos levaram a optar por este formato de eliminação direta», ressalvou Ceferin.

O presidente da UEFA recordou ainda que «a edição da época passada da Liga dos Campeões foi considerada a melhor de sempre, com jogos como o Manchester City-Tottenham, o Tottenham-Ajax e o Liverpool-Barcelona».

«Esses jogos foram disputados a duas mãos, no formato habitual, e ainda assim foram muito tensos e emotivos», sublinhou.