O construtor automóvel britânico Jaguar Land Rover, propriedade do grupo indiano Tata Motors, anunciou esta quarta-feira que vai suprimir 450 empregos, dos quais 300 quadros, avança a agência Lusa.

A companhia acrescentou que os executivos não receberão nenhum bónus este ano, e que os aumentos salariais estavam adiados até Outubro, no quadro de um plano para reduzir os custos face a «uma significativa redução» da procura de novos carros.

A Tata Motors concluiu em Junho a aquisição da Jaguar e da Land Rover ao construtor norte-americano Ford em dificuldade por 2,3 mil milhões de dólares (1,7 milhões de euros).

O ministro do Comércio britânico, Peter Mandelson disse a 18 de Dezembro estar em discussão com a Jaguar Land Rover sobre um eventual plano de apoio às duas marcas, mas nenhuma decisão sobre uma ajuda ao sector automóvel foi até agora anunciada.

No final de Dezembro, a Tata Motors indicou que iria injectar «dezenas de milhões de libras», (uma libra = 1,10 euros), na Jaguar Land Rover para evitar uma crise de liquidez.

Governo britânico «decepcionado»

O porta-voz do primeiro-ministro Gordon Brown limitou-se a comentar que o governo estava «decepcionado». com esta notícia.

Em 2008, foram vendidos 20.346 unidades da Jaguar, uma subida de 8,73 por cento no ano. Em contrapartida, o número de vendas realizadas em Dezembro baixou 9,41 por cento face a igual mês do ano anterior.

Para a Land Rover, a situação é ainda pior, agravada pela má imagem dos 4X4 em matéria ecológica, com 32.567 carros vendidos em 2008, um número em baixa de 30 por cento no ano. Na comparação de Dezembro a Dezembro, o número de vendas é praticamente dividido por dois.

Mais de 4 mil despedimentos

O anúncio deste corte nos efectivos da Jaguar eleva para uns 3.000 o número de supressões de empregos anunciadas esta manhã no Reino Unido, após 2.100 no Barclays e 353 na Zavvi (ex Virgin Megastores) que fechou mais 18 lojas esta quarta-feira.

Cada dia, pelo menos 1.000 supressões de empregos são anunciadas no país desde o início do ano.

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