O maior banco privado português ganha 2,34% para os 3,50 euros, depois de já ter tocado em máximos nos 3,52 euros, com o mercado a apostar no chumbo das propostas de Jardim Gonçalves e com os analistas a anteciparem a continuação do mesmo entre as figuras de relevo do banco.

Para o analista da Lisbon Brokers, John dos Santos «o mercado tem vindo a incorporar o chumbo, uma componente especulativa que dá mais suporte ao preço» disse à «Agência Financeira».

O analista da L.G. Carregosa, Paulo Rosa, considera também que «o mercado está a apontar para o chumbo das propostas» de Jardim Gonçalves. Segundo Paulo Rosa se as propostas forem chumbadas como tudo indica, «volta tudo à estaca zero», mas «pode haver mais interesse da parte de investidores e fundos». Caso contrário «quanto mais blindados estiverem os estatutos, mais entraves há na entrada de novos accionistas para o banco».

Já no que diz respeito a uma provável instabilidade no seio do BCP ou até uma possível saída de Jardim Gonçalves, os analistas são peremptórios: «Penso que será difícil Jardim Gonçalves sair, no entanto, poderá haver uma remodelação», diz John dos Santos que acrescenta que «este grupo não morre aqui, até porque tem um Conselho Geral e de Supervisão muito forte».

John dos Santos diz, ainda, que na próxima sexta-feira é dia de Investors Day e que «por isso as previsões do banco deverão ser as melhores».

Também Paulo Rosa considera que Jardim Gonçalves tem condições para continuar: «Jardim Gonçalves não deve sair».

Recorde-se que hoje estarão em cima da mesa várias propostas, entre elas o reforço da blindagem dos estatutos do banco, dos 66,6% para 75%. Outra diz respeito ao reforço dos poderes do órgão a que Jardim Gonçalves preside, passando este a designar, em vez dos accionistas, o conselho de administração executivo, onde tem assento o presidente do banco.

A Assembleia-geral está marcada para as 15h30, no Porto.