Laionel

O país abriu a boca de espanto. Mas que golo!!! Ninguém esperava o remate de Laionel, muito menos Roberto. O guarda-redes espanhol defendeu quase tudo. No golo de Miguel Fidalgo não tem qualquer hipótese e, diga-se, no 2-1 também não. Crítica por estar adiantado? Nada disso, a jogada é de contra-ataque, Roberto tem de estar fora dos postes, caso Laionel passasse, na tentativa de isolar alguém. Por isso, o mérito é todo do avançado. Um pontapé de fé, do meio da rua, cheio de intenção e a dar três pontos para a Académica! Tentou ser feliz e marcou o golo da jornada. Assim mesmo, sem ela ainda ter acabado, porque com um pontapé bateu o campeão na estreia do campeonato, ao cair do pano na Luz.

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Diogo Gomes

Um pé esquerdo de fazer inveja, atitude competitiva, mais uma prova de que cresce um belíssimo jogador no meio-campo da Académica. Aos 25 anos, está no ponto para assumir-se como referência da equipa. Na época passada já tinha dado boas indicações e, entre Aimar, Amorim e Garcia não se intimidou e fez jogar a Briosa. Bela exibição.

Miguel Fidalgo

Um ponta-de-lança adversário na Luz, de uma equipa que luta por objectivos menores. A espera torna-se longa, certamente. Aguarda-se por aquela bola que fique a jeito, aquela raridade em 90 minutos. Miguel Fidalgo foi mais lesto que Sidnei e feriu a águia com um cabeceamento que não deu hipótese a Roberto. Um lance, um golo. É assim que se faz, foi isso que lhe pediram, certamente.

Fábio Coentrão

Ora aí está a lateral-esquerdo, um lugar em que cada vez rende mais. A diferença para o concorrente César Peixoto é como da Terra à Lua. Aliás, Coentrão não só é melhor defesa com também é melhor extremo. O jogo frente à Académica mostrou-o de forma clara. Peixoto falhou passes atrás de passes, não conseguiu desequilibrar e nem deu apoio a um Coentrão que, vindo detrás, foi uma das principais, se não a maior, mesmo, arma do Benfica para abrir a defesa dos estudantes. Tentou o cruzamento várias vezes, de longe, mas esses nem sempre lhe saíram bem. Ainda assim, abriu espaços, fez o flanco todo e defendeu-o praticamente sozinho. Fala-se da ausência de Di María, mas, se calhar, o que o Benfica precisa é de dois Coentrões. A jogada no golo de Jara é mais do que prova disso, é o algodão, não engana! Ainda teve oportunidade para marcar, mas foi infeliz. Não merecia, pelo menos Coentrão não merecia ser infeliz.

Jara

Entrou ao intervalo para o lugar do apagadíssimo César Peixoto. Entrou para resolver, em busca do empate e foi num lance de crença que marcou. Antes, tentara bater Peiser de longe, mas o remate saiu-lhe mal. Depois, percebeu onde Coentrão ia meter a bola e lançou-se a ela como quem mata a fome e atirou para o empate. A diferença para quem substituiu foi abismal, não só pelo golo, mas também pela entrega. E com Cardozo fora de cena desde o primeiro minuto, Jara chegara em boa hora para os da Luz. Teve ocasião para o segundo, mas falhou na bola. Depois, aconteceu Laionel.

Sidnei

Óbvio substituto de Luisão no eixo da defesa, mas a milhas do compatriota. Culpado no golo da Académica, por deixar fugir Miguel Fidalgo, perdeu pontos na luta por um lugar. O estatuto confere-lhe o posto de primeiro suplente para central, mas com erros assim, a dúvida acentua-se e Roderick só é dois anos mais novo. Vive de hesitações e um central nunca pode ter dúvidas.

Aimar e Peiser

Não é bonito ver Aimar a tentar sacar uma grande penalidade, a tentar enganar o árbitro, num lance em que o próprio logo admitiu ter errado. Também não é bonito o teatro de Peiser. Cardozo apenas se encostou e não havia necessidade para uma queda tão aparatosa e queixas infundadas. Na mesma joga, ainda por cima, viu um amarelo por demorar na reposição de bola.