Jorge Jesus esteve este domingo na BTV para recordar a sua passagem pelo Benfica, entre 2009 e 2015.

O atual técnico do Flamengo lembrou o título perdido na reta final do campeonato em 2013, no célebre jogo frente ao FC Porto em que Kelvin foi o herói dos dragões nos descontos.

«Claro que me lembro de ir ao Marquês. Estive três vezes lá, podia ter estado cinco. Podíamos ter ganho cinco campeonatos, no outro [2010/11] o FC Porto de facto foi muito melhor. As grandes equipas são aquelas que ganham mais do que perdem, mas também perdem. Foi isso que nos aconteceu nos dois campeonatos que perdemos. Ainda hoje penso na jogada que dá a vitória ao FC Porto [golo de Kelvin], não lembra a ninguém, é quase impossível de acontecer. Mas o futebol é isso mesmo, tem impossíveis e não é uma ciência exata», disse.

«Mas como disse lembro-me perfeitamente desses três anos, foram marcantes. Felizmente aqui no Brasil no meu primeiro ano também tive essa possibilidade, não com 500 mil pessoas, mas com dois milhões, quando vencemos a Libertadores. São coisas que vão ficar marcadas na minha carreira de treinador.»

Jorge Jesus falou depois da vitória do Benfica frente ao FC Porto em janeiro de 2014, na mesma semana em que Eusébio morreu: «Todos nos lembramos dessa semana, foi uma semana de tristeza. O maior ídolo do futebol em Portugal e do Benfica desapareceu e nós criámos uma motivação de querer ganhar aquele campeonato para lhe podermos oferecer. Incorporámos uma alma muito forte. Essa equipa correu até não poder mais, fizemos um grande jogo.»

Jesus defendeu ainda que o futebol português tem perdido qualidade nos últimos anos porque deixou de ter jogadores estrangeiros de alto nível. 

«Nos meus anos no Benfica tínhamos muita qualidade individual. Uma coisa que noto agora é que tanto o Benfica, como o Sporting e o FC Porto deixaram de ter grandes jogadores sem serem portugueses. O futebol português não tem grandes jogadores estrangeiros. Isso fez com que as grandes equipas perdessem qualidade, antes eram muito mais fortes do que são hoje.»