A FIGURA: João Mário

O Benfica tem andado longe de ser uma equipa sólida coletivamente, e João Mário é um dos jogadores que mais sofre com isso. Não por acaso, esteve a grande nível na primeira parte do jogo desta noite, num período em que as águias foram bem mais competentes do que têm sido. O golo cedo (frente à antiga equipa) deu-lhe outra confiança e aí apareceu um João Mário ao melhor nível, a ser um dos principais elementos do momento com bola – arte que tão bem domina – da equipa de Schmidt. Para completar uma noite (quase perfeita), o hat-trick, só menorizado devido à péssima segunda parte dos encarnados.

O MOMENTO: ferro salva a águia do inenarrável, minuto 98

Num dos muitos ataques pela esquerda, Dimarco serviu Barella no coração da área e o médio italiano acertou no ferro da baliza de Trubin. Seria o 4-3 e um momento difícil de explicar para o Benfica.

OUTROS DESTAQUES

Casper Tengstedt

Tal como João Mário, não é por acaso que Tengstedt tenha feito provavelmente a melhor exibição de águia ao peito, pelo menos enquanto o Benfica foi uma equipa segura e dominadora – na primeira parte, portanto. Percebe-se que Schmidt gosta do que o avançado dinamarquês dá ao jogo – largura e profundidade, sobretudo –, e Tengstedt ganhou, certamente, pontos esta noite. Está nos três golos de João Mário e na segunda parte esteve perto do golo.

Florentino Luís

Foi uma primeira parte quase irrepreensível, a de Florentino. Sem bola, a qualidade do costume, a fazer vários desarmes e a condicionar, e de que maneira, a transição rápida do Inter. Com bola, apesar do início tremido, foi crescendo com os minutos e ajudou a dar fluidez ao ataque das águias. Na segunda parte acabou por cair, vítima também do caos que se tornou a equipa do Benfica.

João Neves

Não sabe jogar mal, o jovem médio do Benfica. Na primeira parte até esteve mais discreto, mas não deixou de fazer uma exibição competente ao lado de Florentino. Na segunda parte, como quase sempre nos momentos negativos, transcendeu-se e tentou empurrar o Benfica para a frente até não ter mais pernas. Quando a equipa está mal, João Neves aparece. Os grandes jogadores são assim.

Barella

Foi um dos vários jogadores habitualmente titulares que começou no banco do Inter, fruto da gestão de Simone Inzaghi, mas mesmo a meio-gás, deu para perceber porque é que é uma das figuras desta equipa. Entrou aos 69 minutos e logo assumiu a batuta da equipa, fazendo a bola circular com outra qualidade no ataque do Inter. Arrancou a expulsão a António Silva e nos descontos esteve até perto de completar uma reviravolta que seria épica.

Francesco Acerbi

Uma história que a Luz já tinha vivido este ano, mais concretamente no jogo dos quartos de final da edição passada da Liga dos Campeões. Acerbi foi um dos que Inzaghi manteve no onze do Inter e justificou essa aposta com uma exibição seguríssima defensivamente e com a qualidade habitual no ataque. Foi dele o cruzamento para o belo golo de Frattesi.