João Félix recordou o golo anotado no Dragão na época passada que deu o triunfo ao Benfica e que permitiu à equipa encarnada ultrapassar o rival na liderança do campeonato. O jogador do Atlético de Madrid considerou esse tento um dos mais marcantes da curta carreira e lamentou o facto de o festejo não ter durado «tanto tempo».

«Foi dos golos mais marcantes. Tinha jogado lá, as pessoas falavam muito nas redes sociais por ter saído do FC Porto para o Benfica. Os portistas não gostam de mim e nesse jogo, se ganhássemos passávamos para o primeiro lugar. Marquei e foi na baliza grande deles. Aquele festejo foi mesmo... Foi pena não ter durado mais tempo, porque o Rafa puxou-me para trás. Foi ao VAR e estava a ver que não era golo. Marquei em Alvalade, Dragão, melhor era impossível e passámos para primeiro», disse, numa entrevista divulgada no Benfica Play, a nova plataforma de conteúdos exclusivos do clube.

O internacional português lembrou ainda o dia em que marcou um golo ao Júlio César, elegendo-o como um dos mais marcantes que viveu.

«Treinar no Benfica é um sonho. Quando havia seleção, chamavam os miúdos da B e dos juniores, aos 16 anos fui chamado e estava a jogar com o Luisão, André Almeida, Lisandro, Júlio César... Ganhámos 1-0 e fiz o golo. Quando acaba o treino é que pensamos, 'vejo-os no fim-de-semana e fiz o golo ao Júlio César'. Quando chego a casa, conto ao meu pai e amigos e eles não acreditam, ficaram histéricos como eu», contou.

Mas nem tudo foi fácil no Benfica. João Félix também passou por momentos complicados quando sentiu a pressão crescer. «Tinha vindo de uns jogos sem marcar e sem fazer grandes exibições, depois fiz um hat-trick na Liga Europa e chorei. Foi como libertar todo o peso que tinha sobre mim. Ninguém sabe disto, vou só contar agora. Uma vez no balneário, já não sei porquê, ouvi umas boquinhas, na brincadeira, mas na atura estava mesmo em baixo, fui para a casa de banho e comecei a chorar. Nem os meus pais, nem o meu colega de quarto soube disto. Dois dias depois, fiz o hat-trick e libertei tudo, a raiva que tinha, a pressão. Nem fiz mais nada no jogo», conta.

Por último, João Félix abriu o livro sobre algumas aventuras vividas no Seixal desde andar num carrinho de golfe a esconder-se das câmaras para comer fast food.

«A namorada do Diego [colega no Benfica] já tinha carta e ele ligou-lhe a meio da noite, porque de vez em quando dava-nos fome. Fomos para a parte de trás do centro de estágio, porque havia câmaras e tínhamos de ir pelas partes escuras buscar fast food. E fizemos assaltos ao bar do estádio. À noite eu e o Pedro Álvaro fomos à máquina da comida e depois vimos um carro de golfe, fomos ver se estava lá a chave e estava. Andámos com o carrinho de golfe pelo campo e não fomos apanhados. Depois ele foi outra vez com outro colega e foi apanhado. Faz parte, estamos ali fechados e apanhamos seca», referiu.