Joseph Blatter junta mais lenha à polémica em torno do Campeonato do Mundo de 2022 no Qatar. O presidente da FIFA veio agora a público afirmar que a escolha do país árabe foi influenciada por interesses políticos e económicos.

«Chefes de governo europeus aconselharam os representantes dos seus países com direito de voto a pronunciarem-se a favor do Qatar, porque estavam ligados a esse país por interesses económicos importantes», diz o dirigente numa entrevista à revista «Die Zeit», a publicar nesta quinta-feira.

O presidente da FIFA acrescentou ainda que foi nomeada uma comissão de ética independente para «analisar outra vez» tudo o que esteja relacionado com a escolha do Qatar, de forma a encontrar eventuais casos de corrupção.

Na entrevista, Blatter apelou à «flexibilidade» relativamente à data do Mundial de 2022: «Caso contrário estaríamos sempre a excluir os países ao sul do Equador da lista de candidatos a um Mundial.»

Em 2010, a FIFA designou o Qatar como país organizador do Mundial de 2022, num processo que tem gerado controvérsia devido às temperaturas elevadas daquele país nos meses de junho e julho.

A ideia de alterar a data do Campeonato do Mundo já foi levantada, com a hipótese do mês de outubro em cima da mesa. Esta quarta-feira, o presidente da Associação Europeia de Clubes de Futebol, Karl-Heinz Rummenigge, lançou a possibilidade de o Mundial de 2022 ser agendado para abril, para evitar os problemas do calor.

«Faz uma grande diferença se jogamos em novembro, janeiro ou mesmo em abril. Em abril, as temperaturas no Qatar são muito agradáveis», declarou Rummenigge.

Relativamente à possibilidade do mês de Abril, Blatter recordou uma má experiência no Mundial de juniores de 1995: «O torneio decorreu no mês de abril e todos nós sofremos enormemente com o calor.»