A Nigéria de José Peseiro venceu a Angola de Pedro Gonçalves e está nas meias-finais da Taça das Nações Africanas (CAN 2023). Os Palancas Negras até ofereceram boa réplica, chegaram a rematar ao poste, mas estão fora da prova, falhando o desígnio do selecionador que já tinha antecipado o estatuto de «imortais» para os seus jogadores. Um golo solitário de Ademola Lookman foi suficiente para as Super Águias seguirem em frente na luta pelo quarto título continental.

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Um duelo entre dois selecionadores portugueses e também com jogadores da liga portuguesa, com Zaidu (FC Porto) no lado da Nigéria, Kialonda Gaspar (Estrela Amadora) e Buatu (Gil Vicente) do lado de Angola. Os Palancas procuravam uma qualificação inédita para as meias-finais, enquanto a Nigéria, mais batida nestas andanças, procurava chegar ao quarto título depois das vitórias em 1980, 1994 e 2013.

Os Palancas Negras até entraram bem no jogo, conquistaram o primeiro pontapé de canto e criaram a primeira oportunidade do jogo, na sequência de um canto da direita, com Gilberto a desviar de cabeça junto ao primeiro poste e o possante Mabululu a rematar rasteiro para grande defesa de Nwabali. Um lance a colocar a Nigéria em sentido logo a abrir.

A Nigéria entrou com um ritmo baixo, não pressionava e, neste período inicial, Angola tinha mais posse de bola, mas as Superáguias, aos poucos, começaram a crescer no jogo. Angola deixou de conseguir profundidade no jogo e começou a mesmo ser empurrada para trás. Osimhen, avançado do Nápoles e grande referência do ataque da Nigéria, arrancou duas cabeçadas na área dos Palancas, mas Angola também estava muito consistente em termos defensivos.

O golo inaugural surgiu, apenas aos 40 minutos, numa situação de desequilíbrio, numa transição rápida, conduzida por Moses Simon pela esquerda. Kialonda Gaspar, central do Estrela da Amadora, tentou um corte em carrinho, mas falhou redondamente, deixando caminho aberto para o extremo do Nantes que entrou na área e cruzou atrasado para a finalização fácil de Ademola Lookman. 

Um jogo muito equilibrado que, até ao golo, contava apenas com um remate enquadrado para cada lado. No entanto, o golo de Lookman colocava a Nigéria em melhor posição para o objetivo final.

Pedro Gonçalves mexeu logo ao intervalo, prescindindo de Estrela para lançar Zini, para um jogo, a partir de agora, bem mais direto, na busca do empate. No entanto, foi a Nigéria que entrou melhor no segundo tempo, com mais posse de bola e a gerir muito bem o risco que Angola teria de assumir daqui para a frente.

A verdade é que Angola esteve muito perto de chegar ao empate, aos 58 minutos, na sequência de um grande passe de Show a lançar Zini para a área e com o avançado do AEK a atirar ao poste, já com o guarda-redes da Nigéria batido. Foi por centímetros.

Angola fez de tudo para chegar à frente e expôs-se às transições rápidas da Nigéria que chegou mesmo a festejar um segundo golo, numa cabeçada de Osinhem, mas o avançado do Nápoles estava adiantado e o golo acabou por ser anulado.

Pedro Gonçalves arriscou tudo nos instantes finais, reforçando a frente de ataque, enquanto José Peseiro fazia marcha-atrás, prescindindo mesmo dos dois avançados para defender a magra vantagem na ponta final do jogo.

A festa acabou por ser da Nigéria que, agora, vai aguardar pelo embate entre Cabo Verde e a África do Sul, marcado para este sábado, para saber quem vai defrontar nas meias-finais da competição que está a decorrer na Costa do Marfim.