No podcast 'Five', de Rio Ferdinand, Roberto Martínez abordou a importância e o comportamento de Cristiano Ronaldo na Seleção nacional, entre outros temas. O selecionador nacional recordou o primeiro contacto com o jogador:

«Precisava de saber em que pé ele estava após 20 anos ao serviço de Portugal. Tinha a oportunidade de chegar às 200 internacionalizações, o único que poderia fazê-lo. A minha conversa com ele foi muito aberta e franca, para saber como ele se sentia. O que o torna tão diferente dos outros é aquela vontade. Um jogador normalmente retira-se primeiro a nível mental, e isso acontece quando o corpo já não aguenta e a cabeça toma a decisão. Neste caso, ele estava disposto a dar pela Seleção tudo o que esta precisasse. Vi que ele estava pronto para ser importante e lutar pelo seu lugar. Foi uma grande influência para todos», começou por dizer.

Confrontado se Ronaldo fica, de vez em quando, desapontado com os colegas, Roberto Martínez diz que isso é normal. «Todos os jogadores que são muito bons tornam-se competitivos, mas isso quer-se de uma forma saudável. Há uma forma correta de abordar os aspetos e tem tudo a ver com a atitude. Há uma maneira certa de abordar os assuntos como jogador. Indivíduos de elite são competitivos, às vezes podem ficar desapontados com os jogadores à sua volta. E isso é totalmente compreensível. É gerir esse aspeto de forma calma. A atitude tem de ser saudável. Isso é normal, é o que se espera», afirmou. 

«Podemos trabalhar nisso. Quando vemos um jogador a deixar as suas emoções tomarem conta de si, às vezes eles olham para trás e pensam 'não devia ter feito isto'. Isso é emoção. Mas, normalmente, esse desapontamento acontece porque se almeja pelo melhor. O desapontamento acontece porque se alguém não atinge o mesmo nível, fica-se chateado. Se elevarmos os outros a outro nível, talvez não aconteça essa reação, porque devemos procurar o melhor enquanto equipa», finalizou Roberto Martínez.