O Desportivo de Chaves, atualmente no sétimo lugar da Liga, não fez a pré-inscrição para poder participar na Liga Conferência na próxima época, mas o presidente da SAD, Francisco José Carvalho, considera que o assunto é uma «não questão» por motivos financeiros, considerando «impossível» pensar nessa possibilidade nas próximas épocas.

O Desportivo tem vindo a subir na classificação, com três vitórias e dois empates nos últimos cinco jogos, e é, atualmente, uma das várias equipas da Liga que ainda pode terminar a época nos lugares de acesso à Liga Conferência, competição que está reservada para o quinto e sexto classificados, atualmente ocupados pelo Arouca e Vitória de Guimarães.

Contudo, a SAD dos transmontanos optou por não inscrever o emblema comandado por Vítor Campelos nas competições europeias. «Foi uma opção nossa, porque traz encargos muito grandes para o clube e não tínhamos essa disponibilidade financeira. Mesmo que a equipa ganhe os [próximos] três jogos, poderia não ir à Liga [Conferência] Europa. Isso é uma não questão para nós», explicou Francisco José Carvalho, em declarações à agência Lusa.

O dirigente explicou que a possível participação nas competições europeias implicaria «começar a época desportiva mais cedo, reforçar o plantel e melhorar as condições do estádio», considerando não haver tempo «para fazer as obras necessárias».

«Neste momento, não temos condições financeiras para competirmos na Europa. Teríamos de duplicar o orçamento e não temos receitas suficientes para tal. Estamos mais focados em guardar todo o investimento para o campeonato [português]», reiterou.

Com um orçamento de sete milhões de euros, Francisco José Carvalho adianta ser «quase impensável» jogar nas competições europeias nas próximas épocas e aponta o dedo à «desigualdade» na divisão dos direitos audiovisuais.

«Enquanto o Desportivo de Chaves receber os valores que recebe dos direitos televisivos, que são 3,6 ME, não iremos conseguir inscrever o clube na Liga Conferência Europa. [Esta] exige-nos ter uma equipa com mais qualidade e jogadores muito mais caros. É impossível», justificou.

O dirigente assegurou, porém, que este facto não desmotiva o conjunto transmontano, que tudo fará para terminar a época no sexto lugar da Liga.

«O grupo está focado em bater o recorde dos 47 pontos que conseguimos com o [técnico] Luís Castro [em 2017/18] e em continuar a ter prémios de vitória, como teve ao longo da época toda. Apesar de passarmos a barreira dos 40 [pontos] e garantirmos a manutenção [na I Liga], a equipa quer muito mais e demonstrou isso em Famalicão», destacou.

Francisco José Carvalho adiantou, ainda, que no final da temporada conta «perder três a quatro atletas com muita qualidade».

Enquanto isso, as negociações para a possível renovação com o técnico Vítor Campelos estão «bem adiantadas». «Vamos reunir no início da próxima semana para falar do futuro do Desportivo de Chaves e do projeto, mas as coisas estão muito bem adiantadas. Achamos que vamos conseguir chegar a um acordo de renovação com o nosso treinador», referiu ainda.