O Desportivo das Aves vai pagar na totalidade os salários de março a todo o plantel e cativar 35 por cento dos vencimentos em abril e maio.

A cativação prende-se com as dificuldades económicas associadas à pandemia de covid-19, revelou, esta quarta-feira, uma fonte do clube, à Lusa.

«Os cortes serão pagos em 5 de agosto e 5 de setembro, respetivamente. Se o campeonato retomar, junho será pago a 100 por cento. Caso contrário, voltamos à mesma redução de 35 por cento, que será devolvida até 5 de outubro. Todos os pagamentos não estão condicionados à manutenção na I Liga e o acordo foi assinado pelos presidentes [do clube] Armando Silva e [da SAD] Wei Zhao», referiu fonte do emblema nortenho.

O último classificado da I Liga optou por aguardar pela definição em relação ao reatamento da competição para negociar com o plantel a redução de salários, numa altura em que corre o risco de perder dois a cinco pontos na classificação da prova devido ao atraso salarial que se verificou entre dezembro de 2019 e fevereiro último. 

O emblema da Vila das Aves, 18.º classificado, com 13 pontos, a nove dos lugares de permanência, tinha voltado aos treinos na segunda-feira. O treinador, Nuno Manta Santos, tem dividido o plantel de 24 jogadores por diferentes horários e espaços dos relvados do estádio do CD Aves e do complexo desportivo. O plano de trabalhos prevê a evolução para os treinos coletivos e testes de despistagem ao novo coronavírus na segunda metade de maio. 

Na semana passada, o Desp. Aves pediu esclarecimentos à Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e à Liga Portuguesa de Futebol profissional (LPFP) sobre o regresso da I Liga em plena pandemia, através de uma carta assinada pelo administrador, o chinês Wei Zhao, em que foram levantadas dúvidas sobre os contratos e a segurança dos atletas.