A actual crise que está já a ditar um abrandamento da economia mundial, será mais longa e mais intensa do que as registadas nas últimas décadas, revela um relatório do Observatório de Conjunta Económica do Instituto Juan de Mariana de Espanha.

Nesta análise, o Observatório considera que as perspectivas a curto e médio prazo são «muito negativas», até porque as medidas até agora aplicadas pelos bancos centrais têm sido insuficientes para resolver o problema.

Para o Observatório, os mercados de crédito continuam «em mau estado» e o problema do malparado está longe de chegar ao fim.

«O que parecia uma simples crise financeira está a alastrar à economia real e a provocar um aumento do desemprego», pode ler-se no relatório.

Por isso mesmo, o estudo aponta para uma progressiva deterioração da situação económica internacional, já que a contracção de crédito nos Estados Unidos afectará os restantes países.

Más práticas bancárias

O Observatório conclui que a responsabilidade desta crise não é exclusiva dos EUA, mas sim do sector bancário, onde as más práticas proliferam.

Uma situação que se traduzirá num ciclo vicioso. É que as economias avançadas são as mais afectadas e, sendo estas o destino das exportações das economias emergentes, estas também se ressentirão e serão incapazes de se manter como motor da economia mundial.

Assim sendo, conclui o relatório, a crise é inevitável, e acabará por ter uma vertente positiva: vai expurgar o sistema financeiro dos maus investimentos dos últimos anos.