18 de maio de 2001, passam agora 14 anos. Naquela noite de sexta-feira foi escrita uma página inédita no futebol português. O Boavista fez xeque-mate aos adversários e sagrou-se pela primeira vez Campeão Nacional da I Liga.
Há 55 anos que imperava a ditadura dos três grandes, sendo preciso recuar a 1946 –vitória do Belenenses - para encontrar um Campeão Nacional que não fosse Benfica, Sporting ou FC Porto.
Jogadores como Martelinho, Silva, Petit, Ricardo, Frechaut, Litos, Rui Bento, Sanchez, Pedro Emanuel, e o treinador Jaime Pacheco, subiram ao panteão das glórias axadrezadas e tornaram-se heróis no Bessa. Nas ruas do Porto voltou a festejar-se um título de campeão, mas desta vez as bandeiras azuis deram lugar aos quadrados pretos e brancos.
A época até nem começou bem para os lados do Bessa. À 6.ª Jornada o Boavista era 7.º com dois empates e uma derrota. O Benfica, um dos habituais candidatos à vitória, ocupava o 9.º lugar, com apenas duas vitórias. Campeão em título, o Sporting começou a época como um dos principais candidatos, numa época em que se reforçou com João Vieira Pinto. Mas era o FC Porto, já sem o grande goleador Mário Jardel, que seguia isolado na frente, seguido por Sp. Braga e Salgueiros, e só depois aparecia o Sporting.
No final da primeira volta, o Boavista, que tinha vindo a recuperar na tabela, venceu o FC Porto por 1-0, com golo de Martelinho, e passou a ocupar a liderança, com mais um ponto dos que os dragões.
Na jornada seguinte, uma derrota do FC Porto na Luz deixou o Boavista isolado, com quatro pontos de avanço sobre o Porto e cinco sobre o Sporting. As panteras foram avançando a passos firmes e um empate entre FC Porto e Sporting, à 25.ª jornada, deixou ambos os clubes a seis pontos do Boavista.
Direção e treinador boavisteiros assumiram a candidatura ao título a oito jornadas do fim e, nesses oito jogos, os axadrezados somaram sete triunfos e uma derrota (4-0 nas Antas na última jornada, já com o campeonato ganho).
O primeiro dos perseguidores a ficar para trás foi o Sporting que, à 29.ª jornada, perdeu com o Boavista por 1-0, com um golo de Martelinho marcado aos 89 minutos. O jogador azadrexado só marcou quatro golos na Liga nessa época (frente ao FC Porto, Sporting, Salgueiros e Paços), mas acabou por marcar dois dos golos chave para o título boavisteiro (FC Porto e Sporting).
Chegou então o dia 18 de maio, penúltima jornada da Liga. O Boavista defrontava o D. Aves, equipa já despromovida. Graças a um auto-golo de Jorge Soares, a formação de Jaime Pacheco ficou em vantagem no marcador logo aos 22 minutos. E na segunda parte Elpídio Silva e Whelliton fizeram o 3-0 final.
O campeonato acabava assim para os boavisteiros com 23 vitórias, oito empates e apenas três derrotas. Mal o árbitro fez soar o apito final, a mancha axadrezada que encheu o Bessa espalhou-se pelas ruas da Invicta e foi crescendo, crescendo. O maior palco da festa foi a homónima Rotunda da Boavista (na designação popular, já que se chama Praça Mouzinho de Albuquerque), mas a euforia boavisteira invadiu toda a cidade.
Aquela que era conhecida na Europa como a equipa das camisolas esquisitas conseguiu assim, depois de Taças e Supertaças, levantar o maior troféu do futebol português.
Campeões Nacionais pelo Boavista 2000/2001:
William; Ricardo; Rui Óscar; Frechaut; Quevedo; Erivan; Sérgio Carvalho; Litos; Pedro Emanuel; Marçal; Duda; Petit; Rui Bento; Geraldo; Jorge Silva; Pedro Santos; Gouveia; Sanchez; Jorge Couto; Martelinho; Rogério; Silva; Demétrios e Whelliton.
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