Jogador da seleção espanhola, Dani Carvajal participou no comunicado conjunto que os jogadores da la roja emitiram a condenar os «comportamentos inaceitáveis» de Luis Rubiales, o presidente da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF) que foi suspenso depois de beijar Jenni Hermoso, jogadora da seleção feminina, depois da conquista do título mundial.

A título pessoal, o lateral-direito do Real Madrid deu uma entrevista à Onda Cero, na qual foi questionado sobre o tema. Carvajal foi mais reservado, até porque, defende, muitas vezes os futebolistas são mal interpretados, mas defendeu que tem de esperar-se pela justiça para saber se Hermoso é, ou não, vítima.

«Estamos de acordo que um presidente de uma federação não pode ter este tipo de comportamento e o próprio Rubiales reconhece que se equivocou. São gestos infelizes e foi isso que demonstrámos», começou por dizer.

«No comunicado admitimos que o comportamento do presidente não é adequado e apesar de considerares a Jenni a vítima, a verdade é que há pessoas da justiça que estão a apurar se ela é realmente vítima», continuou, antes de reforçar.

«No final, ficamos à margem. Há pessoas que têm de decidir se há alguém culpado ou vítima. E isso vai saber-se. Portanto, não podemos posicionar-nos ou condenar antecipadamente uma parte ou a outra sem saber realmente o que aconteceu, até porque até hoje a Jenni também não apresentou qualquer denúncia», atirou.

Ora, quem não gostou das palavras de Carvajal foi Marc Crosas, antigo médio espanhol que fez formação no Barcelona – e se estreou profissionalmente nos culés – e que jogou em clubes como o Lyon e o Celtic.

«O capitão do Real Madrid e da seleção espanhola “mantém-se à margém” porque não sabe se a Jenni Hermoso é “vítima de abuso de poder”, uma vez que “não fez uma denúncia”. Mais machista e fascista não se pode ser», escreveu, nas redes sociais.