Pontos caros, nesta segunda volta da Liga 2013/14. Na Amoreira, Estoril e Arouca empataram 1-1, numa partida que terminou em níveis de tensão elevados e que são aviso para o que aí vem: os pontos vão ficar cada vez mais caros, mais difíceis. Ser apenas melhor não chega. Gritar mais alto vale de pouco.

O tiro no pé que Evandro deu em André Claro doeu mais à própria equipa do brasileiro do que ao médio do Arouca. Ali, naquele momento, os visitantes sacudiram definitivamente as cautelas que tiveram até ao 1-0 e assumiram de forma mais clara o pendor ofensivo que já tentavam ter. O jogo terminou num pontapé de Bruno Lopes, o ponta de lança que Marco Silva tinha lançado momentos antes do empate, o que espelha bem que, apesar de estar em inferioridade, a formação da Linha quis sempre mais qualquer coisa e evitar, assim, o quarto empate consecutivo no campeonato.

Sebá para acabar com o desperdício de tempo

Havia cerca de meia hora na primeira parte quando Marco Silva já reclamava com o quarto árbitro. Iria fazê-lo durante quase todo o encontro, diga-se, embora as razões variassem. Mas naquela ocasião, foi porque Cássio, o guarda-redes contrário, demorava a repor a bola em jogo. Ia sempre buscar a que estava mais longe, nunca aquela que o apanha-bolas lhe colocava logo ali, jogável. É um pormenor no jogo do Arouca, mas evidencia o pensamento do treinador visitante para o encontro. Nenhum guarda-redes se comporta assim por ideia própria, ou seja, faz parte da vontade transmitida nos balneários.

O empate vinha na mente dos visitantes, mesmo que não fosse objetivo primeiro. Daí que talvez não tenham pressionado um Estoril que demorou algum tempo a chegar ao nível que se lhe tem visto. Havia dinâmica q.b., havia iniciativa, mas as coisas raramente saíam. Balboa chegava à linha de fundo e cruzava para ninguém, Carlitos rematava para fora, Gonçalo e Tiago Gomes também. Tirando uma cabeçada do 20 da Amoreira, não houve uma jogada com finalização na área!

O Arouca chegava à frente em momentos de bola parada. Começou o encontro assim, até. Mas foi numa dessas jogadas que perdeu a noção do espaço coletivo e deixou Sebá com meio-campo para correr. Bola no 19, Cássio a sair e, depois do remate de Sebá a ter de se despachar na segunda parte, quando queria marcar pontapés de baliza. O 1-0 premiava o Estoril, a equipa que se inclinava para a frente no jogo, que arriscava.

Tudo aos gritos

Pedro Emanuel abandonou aquela vontade inicial de que falámos. O treinador do Arouca tinha agora de mexer, ser mais ofensivo e trocou a agressividade de Soares pela técnica e rapidez de Pintassilgo. Perante um Estoril menos voluntarioso do que o habitual, a troca de Pedro Emanuel começava a dar frutos. O Arouca estava melhor.

Mas ainda não o suficiente para que o adevrsário não importunasse. É preciso dizê-lo que até ao minuto 70, a equipa da casa dominou. Mas ali, no pé de Evandro e no pé de André Claro esteve a diferença. Luís Ferreira expulsou o brasileiro e o Arouca tinha ocasião para ser mais corajoso. Ceballos já estava em campo e foi do pé esquerdo deste que nasceu o empate, com Roberto a cabecear para o 1-1.

O jogo endureceu. Na verdade, já estava quentinho. Gritos de um lado, gritos do outro. Jogadores nos bancos em pé, um deles a ver um cartão amarelo e um árbitro inexperiente, que deixou jogar e a coisa só não descambou porque não houve tempo para isso.

O Estoril continua sem vencer e ficou com o quarto lugar em perigo. Já o Arouca sabe que pelo menos nesta semana pode andar descansado. Ninguém o atira para debaixo de água.