Um pontapé de Antunes não foi parar à bancada porque não existe bancada atrás da baliza sul na Amoreira. Outro pontapé de Antunes resolveu a primeira parte entre Estoril e Paços de Ferreira, no regresso a Liga ao António Coimbra da Mota. Esse remate de canhota do lateral-esquerdo era feito inédito ao intervalo, porque nunca o Paços tinha ganho no terreno estorilista. E também não foi neste domingo que o conseguiu, porque por meios duvidosos, se atingiu um final justo.

Os destaque do encontro

O Estoril fez três alterações em relação ao onze que perdeu no Algarve, com o Olhanense. João Paulo entrava para a frente de ataque, Elizeu para o meio, Bruno Nascimento para o centro da defesa. Uma troca por setor, a última forçada pela lesão de João Pedro. Ainda assim, o assédio inicial pertenceu à equipa da casa.

Licá e Luís Leal estavam deslocados nas alas e a estratégia do Estoril passou muito por eles. Licá teve o primeiro lance de perigo e o segundo originou essa jogada e concluiu uma outra, mais tarde, na melhor ocasião estorilista. O remate ao lado de Leal acordou o Paços, que só tinha tentado o golo por Vítor, de longe.

Aliás, rematar de fora da área foi uma tendência deste Paços equipado à Vasco da Gama. Se não ia com muito jeito, ia com a força. Cícero bateu demasiadas vezes contra os centrais do Estoril, mas o miolo pacense equilibrava, até porque o desacerto dos médios doEstoril no passe assim o permitia. E foi quando se mediam forças no meio-campo que surgiu o 1-0. Antunes teve fé no remate e bateu Renan com um remate de fora da área. O intervalo bateu à porta logo depois.

Rapidez pela presença na área

Saiu João Paulo (sofreu um toque no primeiro tempo), entrou Tony Taylor e o Estoril mudava um pouco o figurino no ataque. Não mudou de tática, atente-se, mas trocar os metros de João Paulo pela rapidez de Luís Leal tinha de trazer algo diferente, obviamente.

No primeiro tempo, quando pressionado, o Estoril não hesitou em jogar longo. Agora, teria necessariamente de ser diferente. Quando Marco Silva tirou Elizeu, perdeu presença física, mas colocou Carlos Eduardo para haver mais bola pelo chão. E foi assim que o Estoril teve duas grandes ocasiões para empatar. Uma por Jefferson, que Cássio safou, outra por Luís Leal, desperdiçada na malha lateral.

Até que chegou o momento polémico e indecifrável do jogo. Lançamento lateral, aglomerado de jogadores na área e Tony Taylor tenta dominar a bola. O juiz assinala uma infração, por mão na bola, um lance que não se conseguiu perceber da bancada e que só, provavelmente, imagens televisivas consigam decifrar.

Pouco importado, Steven Vitória apontou o 1-1 de penalty e, talvez, só talvez, por linhas muito tortas se tenha feito justiça no marcador. A seguir, ainda houve duas expulsões, uma para cada lado. E até final só houve um pensamento lógico, quando Vítor isolou Cícero. O ponta de lança falhou na cara de Renan e o empate ficou até final. Ou seja, a tradição manteve-se: o Estoril não perde com o Paços na Amoreira.