Sérgio Vieira, treinador do Estrela da Amadora, em conferência de imprensa, depois da vitória sobre o Famalicão (1-0), em jogo da 9.ª jornada da Liga:

Difícil marcar contra dez? Foi preciso muita persistência?

- A vitória foi assente em muitos méritos. Em primeiro lugar para os nossos adeptos que, num dia de chuva como hoje, estiveram ali a apoiar-nos. A nossa vitória começou ali, os adeptos foram determinantes. Depois houve diversos fatores. A forma focada como entrámos no jogo, de forma organizada. O Famalicão acaba por ter a primeira oportunidade clara, mas nós reagimos e tivemos as nossas situações. Sabíamos que o Famalicão é uma equipa organizada, não foi a última derrota [com o Vitória] que os confundiu. Sabemos de onde vêm os jogadores deles e conhecemos o trabalho do míster João Pedro [Sousa]. Sabíamos que era um adversário de grande valor, a classificação reflete isso mesmo.

- A superioridade numérica podia ter sido uma armadilha para nós. No subconsciente dos jogadores, podem pensar que é algo positivo, mas até pode ser negativo. Penso que aconteceu agora isso no Gil Vicente-Sp. Braga. A superioridade serviu para confirmar o carácter deste grupo. Um grupo que quer amadurecer em cada oportunidade que tem. Tivemos profundidade pelos corredores laterais, pelo corredor central, tentámos chamar a primeira linha do Famalicão, apesar de não ser fácil. Insistimos, insistimos e as mudanças que fizemos ao intervalo foram nesse sentido. A entrada do André [Luiz] acabou por ser extremamente boa e foi de uma forma justa que conseguimos estes três pontos. Não permitimos muitas coisas ao adversário. Não permitimos nenhuma situação.

O treinador tem apostado numa estabilidade no onze, mas foi do banco que saiu a vitória…

- Tenho uma ideia ao contrário.  Mesmo o ano passado e já este ano, os nossos jogadores sabem isso, todos podem jogar de início. Agora as substituições são o meu critério para os jogadores terem uma segunda ou terceira oportunidade e recuperarem confiança. Temos critérios para fazer alterações. Hoje jogámos com o Mansur à esquerda e tínhamos o João Reis disponível. Sempre que a gente mexe, as coisas acabam por dar resultado de uma forma positiva. Aconteceu hoje, já aconteceu com o Braga e com o Casa Pia. As mexidas servem para isso. São cinco e se pudesse fazia mais para dar oportunidades a todos.

Ronaldo Tavares não estava na ficha de jogo. Algum problema físico?

- O Ronaldo tem um problema muscular nos membros inferiores. Foi uma lesão recente, há dois dias. Ainda não temos um diagnóstico firme.

António Felipe foi titular em três jogos e o Estrela somou três vitórias. Vida difícil para o Brígido quando voltar ou uma dor de cabeça para o treinador?

Essas boas dores de cabeça tenho em relação a todos, em relação ao Ronaldo Tavares, ao Kikas, ao Brígido. O meu desejo é que todos estejam disponíveis. A necessidade de os motivar cabe ao treinador. Não vejo isso como dor de cabeça, é uma capacidade que temos de ter. No caso do António, ficamos felizes pela experiência que ele tem, pela maturidade que transmite à equipa. Merece pela carreira que tem e pelo homem que é.

O Estrela soma onze pontos em nove jornadas. Era esta o campeonato que tencionava fazer?

- Eu nunca pensei a médio e a longo prazo. Pensámos nos objetivos, mas em termos pontuais é muito imprevisível. Cada jogo tem a sua história e todos contribuímos para escrever essa história e, às vezes, não é a história que queremos. Fizemos um grande jogo aqui frente ao FC Porto, merecíamos um ponto. Na Luz estivemos empatados até perto do fim, depois tivemos problemas físicos. As histórias dos diferentes confrontos que tivemos não nos permitiram ter mais pontos, mas também sabemos que, noutros jogos, os adversários também nos podiam ter tirado pontos, Ainda hoje o Famalicão teve uma ou duas situações em que podia ter marcado no final. Queremos sempre mais e melhor. Os projetos fazem-se disso.