Nuno Gomes, em entrevista ao site da UEFA, afirmou que, se pudesse escolher e recuar no tempo, voltava à final do Campeonato da Europa  de 2004, no Estádio da Luz, frente à Grécia, para poder festejar frente aos adeptos portugueses.

«Se tivesse a oportunidade de trazer de volta um torneio, escolheria a final do Euro 2004. Foi na casa do Benfica, o estádio do meu clube. Perdemos com a Grécia, por isso tinha de mudar o resultado. Se calhar começava de início, porque no jogo original estava no banco e, se calhar, ia marcar o golo da vitória», começou por dizer.

O antigo avançado português contou ainda que das várias cidades onde foi jogar, na maioria, só conhece «os aeroportos, os estádios e os hotéis».

«É engraçado, porque toda a gente pensa que os futebolistas têm uma vida maravilhosa e conseguem visitar muita coisa nos países. É verdade, viajamos muito, mas quando estávamos na viagem, especialmente nos grandes torneios, estávamos presos num sítio e não tínhamos tempo de visitar a cidade como quereríamos. Estávamos debaixo de grande pressão. Eu dizia sempre aos meus amigos ‘conheço muitos países, mas só conheço os aeroportos, os estádios e os hotéis onde ficamos. Não conheço a cidade, as ruas, os museus’», confessou.

Para o antigo jogador do Benfica e da Fiorentina, era essencial ter um bom grupo, com jogadores divertidos que mantivessem o bom ambiente. «Se estávamos em algum lugar durante muito tempo, tínhamos uma área especial para os jogadores no hotel, chamávamos-lhe o salão dos jogadores onde estávamos juntos e jogávamos jogos, cantávamos no karaoke, jogávamos bingo. Isso significava estarmos uma hora ou duas juntos depois de jantar, com alguns prémios para os vencedores, o que era bom para o espírito de equipa».

Na seleção, Nuno Gomes encontrou sempre bom ambiente. «Havia sempre tipos divertidos, como o Bosingwa e o Raúl Meireles, por exemplo. Como sou de outra geração, o Petit também era um tipo divertido, e o Ricardo, o guarda-redes. Tive sorte com as equipas que tive, porque havia sempre jogadores menos envergonhados que ajudavam a manter um bom ambiente», afirmou.

O antigo número 21 da seleção nacional contou ainda que o Euro 2004 foi especial, por ser diferente de todos os outros. «Nas fases finais estás sempre feliz porque estás num grande torneio onde todos os jogadores querem estar. Por um lado, estás um pouco triste porque estás longe das pessoas que amas, mas por outro estás a realizar um sonho, a fazer algo que amas. Tivemos o Euro 2004 em Portugal. Foi diferente de outras situações para nós, estás perto da tua família e amigos, e às vezes as visitas são permitidas. É mais fácil passar os dias», contou ainda o comentador da TVI.