André Villas-Boas oficializou esta quinta-feira, na sede de campanha, na Boavista, António Tavares como candidato a presidente da Mesa da Assembleia Geral do FC Porto, e Angelino Ferreira como candidato a presidir o Conselho Fiscal e Disciplinar.

O anúncio – que estava previsto decorrer à porta fechada, mas, face à entrada de sócios e curiosos, obrigou a uma mudança de planos – veio apenas confirmar o que era já uma certeza, visto que Angelino Ferreira e António Tavares são convictos apoiantes de André Villas-Boas e, como tal, estiveram presentes na apresentação oficial da candidatura, há uma semana, na Alfândega do Porto.

António Tavares é provedor da Santa Casa da Misericórdia do Porto – cargo que não terá de abdicar no caso de ser eleito – além de professor universitário. Entre 1985 e 1991 foi deputado na Assembleia da República, pelo PSD.

Por sua vez, Angelino Ferreira é uma figura incontornável no universo portista, uma vez que, até 2014, desempenhou funções de administrador da SAD. Contudo, e num momento desportivamente sensível, deixou o cargo por divergências extremadas com a política financeira assumida pela administração de Pinto da Costa.

«Reuni duas personalidades, dois grandes portistas e portueneses, que refletem o espírito da candidatura, face à capacidade para liderar a transformação. De caráter e percurso de vida e associativista incontestáveis, serão capazes de catapultar o FC Porto para um novo ciclo que se avizinha. No exercício, a Mesa da Assembleia Geral é representante dos associados, detendo o poder soberano e zelar pelos destinos do clube. Exige clareza e diplomacia, não se deve cingir a cumprir os estatutos, mas sim sentir os sócios face às questões estruturantes», começou por dizer André Villas-Boas, perante uma centena de apoiantes e sócios do clube.

Nas últimas semanas, André Villas-Boas referiu-se a Angelino Ferreira como o obreiro de uma «gestão responsável, fundamental para o sucesso a longo prazo». Além disso, o candidato à presidência do FC Porto já havia admitido contar Angelino Ferreira para este projeto.

Esta quinta-feira, referiu-se ao anterior administrador da SAD portista, como «pessoa querida, alguém que serviu o FC Porto durante muitos anos», desde 1992, enquanto vogal, e até 2014, como referido.

«Ergueu três dos principais projetos, como o Estádio do Dragão, o centro formação e o museu. Tem uma folha de serviços irrepreensível, sem nunca se pôr em bicos de pés, ainda que responsável pela época de ouro do clube. Como sócio e presidente vou exigir que continue a ser sério, rigoroso, um portista dos quatro postados», salientou Villas-Boas.

Há uma semana, na Alfândega do Porto, Villas-Boas criticou a realidade financeira dos azuis e brancos, descrevendo o momento como de «rumo sem nexo». Aliás, recorde-se, o antigo treinador comprometeu-se a reduzir os encargos atuais e a remuneração da equipa fixa da administração.

Como tal, esta quinta-feira, o candidato reiterou a obrigatoriedade de o Conselho Fiscal e Disciplinar pressionar os órgãos sociais para que se cumpra e garanta a sustentabilidade do FC Porto, lembrando a importância de cada dirigente assumir a responsabilidade pelos respetivos atos.

A 10 semanas das eleições, agendadas para abril, André Villas-Boas revelou que o administrador financeiro da lista será anunciado na primeira semana de fevereiro.

Por agora, André Villas-Boas e Nuno Lobo são os únicos candidatos oficiais à presidência do clube.