Recolhido em casa devido à pandemia do novo coronavírus, Alex Telles deu uma entrevista via Instagram ao Esporte Interativo.

O tema da conversa para uma rubrica oportunamente chamada «Fora de Jogo» foi precisamente o surto que está a abalar toda a Europa, com especial foco em Itália, o país do mundo que já registou mais mortes e onde o lateral brasileiro jogou em 2015/16, quando representou o Inter de Milão por empréstimo do Galatasaray.

«Milão é uma cidade pela qual tenho um carinho muito grande. Passei lá um ano, mas gostei muito do que era a cidade, senti-me muito bem. Ficamos tristes, porque acabam por acontecer coisas que não podemos controlar. Vemos pessoas a perder as vidas, as cidades vazias. Ficamos assustados e é marcante. Procuro ver algumas notícias e vejo que Itália é o país que está a sofrer mais com isso», disse Alex Telles.

Em Portugal, a pandemia já infetou mais de mil pessoas, a maioria delas no norte. O jogador do FC Porto disse que será necessário ser-se conservador e paciente nesta fase difícil. «Acredito que a única chave para que isto possa melhorar é as pessoas terem consciência e sigam as regras de saúde. É a única arma que temos neste momento. Este é o sétimo dia em casa. Não é fácil, porque estamos sempre em treinos e a sair», disse, referindo-se a hábitos agora quebrados.

Quando a época foi interrompida, Alex Telles somava 40 jogos, nove assistências e dez golos, o máximo da carreira. O lateral brasileiro fez uma retrospetiva do ano a nível pessoal e coletivo. «Eu estava a fazer uma temporada muito boa a nível pessoal. É muito importante defender muito bem, mas ficamos também muito felizes por ajudarmos a equipa com golos e assistências. Recuperámos sete pontos e estamos um à frente. O trabalho do staff e do mister foi de acreditar. Demos a volta com muito sacrifício. Agora é uma pausa forçada. É a minha época mais goleadora. Não sou de fazer muitos golos, mas quando começo a chegar mais à frente tenho essa oportunidade. Consigo perceber que tenho essa chegada e consigo fazer a diferença. Tenho de guardar esses bons momentos para, quando voltar, continuar com a mesma força e garra», destacou Alex Telles.

O jogador do FC Porto elogiou a rápida atuação do clube azul e branco quando a pandemia chegou a Portugal, mesmo antes da interrupção das competições: indicações relativamente a contactos a evitar e reforços das medidas de higiene e saúde. Agora, Alex Telles e os restantes companheiros estão em casa a cumprir um plano de treinos individual, mas em permanente contacto quer com a equipa técnica, quer com o corpo clínico do clube. Em mente está o regresso à competição, que o lateral brasileiro não acredita estar para breve.

«O Nélson Puga [médico do FC Porto] disse que de três em três dias teriam reuniões com Liga e o Sindicato para haver avaliações. A cada três dias há avaliações e recebemos um feedback. Não tenho previsão de nada. Sinceramente, vejo que vai demorar um pouco mais. Estamos no pico da pandemia no mundo todo.»