O reforço infraestrutural, a reabilitação financeira, o aumento do ecletismo e o predomínio das camadas jovens norteiam a recandidatura às eleições do FC Porto de Nuno Lobo, cujo programa recupera a base proposta há quatro anos.

Distribuído por quatro vetores - desportivo, social, económico e territorial -, o documento elenca as 300 medidas apresentadas rumo ao quadriénio 2024-2028 pelo empresário, que recolheu assinaturas para voltar a concorrer à presidência do emblema portista.

Lobo propõe como política desportiva do FC Porto a aposta na formação, ao apelar à criação de protolocos com clubes nacionais e internacionais para a captação e retenção de jovem talento, enquadrados pela edificação de uma academia.

O empresário sublinhou a vontade de manter Conceição ao comando da equipa principal e de negociar a compra definitiva dos terrenos do Olival, centro de treinos dos dragões.

Nuno Lobo defende ainda alguns contributos globais como a criação de uma escola formativa de grupos organizados de adeptos (GOA), a profissionalização da arbitragem, estruturado num organismo independente da FPF e a publicação dos relatórios dos observadores dos árbitros.

Sob o lema «FC Porto líder do seu próprio destino», o empresário reitera a importância do equilíbrio financeiro da SAD, seguido de resultados positivos relevantes, que possibilitem encurtar o passivo, cobrir o prejuízo acumulado e inverter os capitais próprios negativos.

O clube garantirá a posse e o controlo das empresas participadas com relevância para a SAD, cujos administradores vão ter tetos salariais aprovados em Assembleia Geral pelos associados e determinados em função de ganhos, bem como uma limitação de prémios. 

A venda dos direitos de designação do Estádio do Dragão, do pavilhão Dragão Arena, do centro de estágios do Olival ou do Campo da Constituição surge como veículo de atração de investimentos para o FC Porto, que visa reforçar a sua marca através de uma política expansionista de ‘merchandising’, da modernização tecnológica na experiência oferecida ao público nos próprios recintos e de novos elos junto de parceiros, adeptos e da cidade.

Nuno Lobo quer igualmente chegar aos 300.000 sócios efetivos num prazo máximo de cinco anos,  instituir o futebol feminino e o futsal, procurar protocolos para fundar o padel e o ténis, e avaliar a viabilidade de novos projetos no ciclismo e no voleibol.

A construção de um centro de alto rendimento dedicado ao atletismo e de uma casa e de uma academia para as modalidades completa os planos do empresário, terceiro e último candidato mais votado nas derradeiras eleições, em junho de 2020, ao somar 4,91 por cento das preferências, atrás de Pinto da Costa (68,65 por cento) e do jurista José Fernando Rio (26,44 por cento).

O próximo ato eleitoral do FC Porto deve ser marcado para abril pelo presidente da Mesa da Assembleia Geral (AG), José Lourenço Pinto, tendo, para já, a concorrência das listas lideradas por Nuno Lobo e por André Villas-Boas, vencedor de quatro troféus no comando técnico da equipa em 2010/11, que vai apresentar a sua candidatura na quarta-feira. Por sua vez, Pinto da Costa, atual presidente, ainda não confirmou se concorrerá a um 15.º mandato seguido.