O presidente do FC Porto, Pinto da Costa, garantiu esta terça-feira que a «estratégia» é chegar ao fim do ano civil com «contas positivas e capitais próprios positivos» ou, se tal não for possível, «perto de positivos».

«Está dentro da nossa estratégia para chegar ao fim do ano com contas positivas e capitais próprios positivos. Não posso dizer agora qual é o número exato [ndr: de capitais próprios negativos]. Agora, o que digo é que os capitais próprios e as contas negativas que apresentámos, foram calculadas para que, em dezembro, possam estar contas positivas e capitais próprios, perto de positivos», explicou Pinto da Costa, em entrevista à SIC, na noite desta terça-feira, no Estádio do Dragão.

Questionado como é que, até dezembro, conseguiria ser fechado um “buraco” de mais de 100 milhões de euros de capitais próprios negativos, Pinto da Costa lembrou a venda de Otávio e sublinhou também que há um objetivo «desportivo» no FC Porto.

«Já falámos, por exemplo, que os 60 milhões do Otávio entram até dezembro. Se vendêssemos o Otávio antes, as contas estavam equilibradas. Não vendemos por 40, por 60 há uma diferença. O nosso objetivo também é desportivo, estamos a uma vitória dos oitavos de final [da Champions]», frisou, garantindo que o dinheiro da Liga dos Campeões e de Otávio permitem não ter de vender no fim da época.

PINTO DA COSTA EM ENTREVISTA: tudo o que o presidente do FC Porto disse

«Permite-me dizer que não vamos precisar de vender. Não estamos aqui para nos comprometermos, estou a dizer a estratégia. Se passarmos aos oitavos de final, os jogadores são valorizados. Foi por opção que não vendemos jogadores», notou.

«Estivemos em fair-play financeiro e não estamos. A UEFA sabe os nossos planos até ao fim do ano. Se tivéssemos de ter apresentado em junho, vendíamos um jogador, mas eu não quis. A nossa aposta é desportiva», reforçou, dizendo também que o FC Porto «nunca perderá a maioria da SAD».

«Quando assumi a presidência, o FC Porto tinha 40 por cento da SAD e hoje conseguimos ter perto de 75 por cento. O FC Porto nunca perderá a maioria da SAD. Houve tentativas de compra a que resistimos e não cedemos. Entendemos que o clube é dos sócios, não é dos bancos, dos investidores, seja de quem for. A SAD tem de ser maioritariamente do FC Porto, que não era comigo a presidente», lembrou.

O dirigente dos azuis e brancos falou ainda da venda do naming do Estádio do Dragão e que, a nível interno, se está a partir «da base de cinco a seis milhões [de euros]. «É isso que estamos a negociar», disse, detalhando um negócio que é para ser a «médio prazo».

Pinto da Costa abordou ainda os tumultos na Assembleia Geral Extraordinária de 13 de novembro e falou de André Villas-Boas, tendo também respondido sobre o contrato do treinador Sérgio Conceição e das propostas por Mehdi Taremi.