A pergunta questionara Sérgio Conceição se durante os últimos dias teve a necessidade de esconder dos jogadores algum receio pelo facto do FC Porto se ter atrasado na luta pelo título e nesse sentido a deslocação a Guimaraes adquirir uma importância suplementar. O treinador começou por responder que não e acabou a ter um instante mais emoçional, quando recordou os pais: foi apenas um segundo, antes de levar o dedo ao rosto e se recompor.

«A minha cara demonstra o que estou a sentir, os jogadores conhecem-me muito bem e se mostrasse preocupação ou receio não ia correr bem. Já demonstrei receio quando era novo e tive a infelicidade de perder pessoas que amava, e continuo a amar muito. Aí tive um bocadinho desse sentimento. Neste momento, um jogo de futebol, ser treinador de futebol, e olhando também para o panorama internacional, vamos ter medo ou receio de alguma coisa? Não faz parte.»

Pelo caminho, perguntou-se a Sergio Conceição se depois de uma derrota tão dura, em casa frente a um adversário como o Estoril, tinha sido difícil mudar o chip para a Liga dos Campeões.

«Eu ainda não descobri onde está esse chip. O que é isso? Falam de chip do campeonato, chip da Liga dos Campeões, eu não sei o que é isso», começou por responder.

«Estou aqui há sete anos e trabalho sempre, eu e os diferentes departamentos, agora estou a dar moral aos diferentes departamentos, trabalhamos todos para que em cada jogo, nas diferentes competições, possamos ganhar e possamos conquistar títulos. Este é o sétimo ano e aqui trabalha-se sempre da mesma forma.»

Sérgio Conceição lembra que a equipa teve «um jogo em que devia ter sido mais competente na finalização» e que «cometeu erros», mas acrescentou que isso já tinha acontecido noutros momentos, em que até foi mais feliz.

«Nos jogos que ganhámos na Champions contra o Shakhtar e o Antuérpia, em que fomos mais competitivos, também houve erros que tivemos de corrigir. Faz parte do que é a vida das equipas, dos treinadores e dos jogadores. Por isso não há chip nenhum para mudar», frisou.

«O chip está metido desde o momento em que assinamos por este clube e sabemos que temos de dar ao pedal em todos os jogos. Seja contra o Vilar de Perdizes, o Barcelona, o Antuérpia ou o V. Guimarães. É exatamente igual.»