Bernie Ecclestone, antigo patrão da Fórmula 1, declarou-se culpado num caso de fraude e fuga a impostos, por não te declarado mais de 400 milhões de libras (463 milhões de euros) que mantinha em contas fora do Reino Unido.
O antigo diretor-executivo da Fórmula 1, de 92 anos, assumiu a culpa no tribunal de Southwark Crown, esta quinta-feira, num caso relacionado com negócios que mantinha em Singapura, um mês antes do arranque formal do julgamento, tendo sido condenado a uma pena suspensa de 17 meses de prisão.
Ecclestone aceitou ainda entregar 652 milhões de libras (cerca de 755 milhões de euros) para encerrar o seu litígio com o fisco britânico.
O antigo empresário, na fase inicial do processo, negou as acusações, assegurando então que só criou o fundo para favorecer as três filhas, Deborah, Tamara e Petra.
Para o tribunal, as respostas dadas por Ecclestone, há sete anos, foram «erróneas» e poderiam «induzir em erro», ao mesmo tempo que considerou que o acusado não era consciente da sua posição e não podia dar uma resposta clara.
«O senhor Ecclestone não sabia com exatidão como a propriedade dessas contas estava estruturada. Por isso, não sabia se tinha de pagar impostos ou multas em relação às transferências entre contas. O senhor Ecclestone reconheceu que foi um erro responder às questões, porque podia fazer com que o fisco britânico deixasse de investigar os seus assuntos. Agora, aceita que teria de pagar impostos por isso», acrescentou o procurador.
Ecclestone foi a cara da Fórmula 1 ao longo de 40 anos, desde 1970, até ser afastado, em 2017, depois da empresa Liberty Media ter assumido os comandos da organização. Ainda assim, o empresário e antigo piloto britânico manteve um cargo honorário ao longo de três anos, até à saída em definitivo no ano de 2020.