A aventura das Navegadoras no Mundial de futebol feminino, que decorreu na Austrália e Nova Zelândia, foi histórica, mas terminou de forma abrupta, com Portugal a ser eliminado na fase de grupos.

De qualquer forma, a comitiva lusa regressou a casa com a cabeça erguida e orgulho na bagagem. O Maisfutebol esteve presente no aeroporto Humberto Delgado para testemunhar o momento especial.

O aeroporto estava preenchido com pessoas vestidas a rigor ou com objetos alusivos à seleção nacional, ansiosas por conseguir uma fotografia com algumas das jogadoras. Entre elas, estavam familiares de Ana Capeta, jogadora do Sporting, que se mostraram muito orgulhosos da prestação da atleta, apesar do remate ao poste no último jogo contra os Estados Unidos.

«Só ela sabe o que está a sentir, foi azar, pode ser que para a próxima corra melhor», disse uma familiar de Ana Capeta sobre o momento quase vitorioso.

Outras pessoas também demonstraram o seu orgulho pela prestação da equipa portuguesa, como Margarida, que em breve integrará os escalões de formação do Sporting e é fã de Ana Capeta e Cristiano Ronaldo. «Elas estiveram muito bem, esforçaram-se muito, foi um momento importante para elas e muito bom para a história [do futebol português]. O meu sonho é chegar onde elas estão agora, sei que é muito difícil, mas com esforço e dedicação, tudo é possível», disse.

A comitiva portuguesa liderada por Fernando Gomes, presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), chegou mais cedo do que o previsto, sendo aguardada por dezenas de adeptos ansiosos por tirar fotografias com as craques. O entusiasmo era evidente, com adeptos vestindo camisolas da seleção e exibindo cartazes de apoio.

Já cá fora, algumas jogadoras acederam aos pedidos dos adeptos, tirando fotografias e distribuindo autógrafos. Dolores Silva, Ana Borges e Jéssica Silva falaram aos jornalistas e o Maisfutebol teve a oportunidade de perguntar a Ana Borges como tinha sido partilhar o campo com Alex Morgan e Megan Rapinoe, detentoras de grandes troféus no futebol feminino, como dois Mundiais, Jogos Olímpicos, Ligas dos Campeões (apenas Alex Morgan venceu uma), e, no caso de Rapinoe, uma Bola de Ouro, ao que a avançado do Sporting respondeu de forma muito convicta:

«Eu prefiro partilhar o campo com a jogadora portuguesa, não olho a outras adversárias».

Mais tarde, em conversa com o Maisfutebol, Isabel Burnay, tia e madrinha de Kika Nazareth, jovem jogadora do Benfica, expressou um orgulho imenso na sobrinha e afilhada. Recorde-se que a avançado das águias tornou-se a mais jovem de sempre a marcar num Mundial por Portugal, após o golo ao Vietname.

«Elas estão a abrir as portas do mundo [futebol] feminino, é um passo à frente, ninguém as vai parar. Ver o hino português a ser tocado num Campeonato do Mundo [de futebol feminino] e saber que a minha sobrinha está a fazer parte disso é um orgulho enorme», afirmou Isabel Burnay.

Quanto ao futuro, a tia de Kika Nazareth não tem dúvidas de que a equipa portuguesa continuará a melhorar. «Elas já fizeram tanto, só pode correr melhor se tiverem o fator sorte do lado delas, claro que vão ser cada vez melhores, não tenho dúvidas, mas elas já foram muito boas», concluiu.