João Paulo Costa, professor na Escola Superior de Desporto de Rio Maior (ESDRM), onde coordena o gabinete de futebol, afirmou esta quinta-feira que os jogadores vão precisar de «três ou quatro semanas de novo período pré-competitivo», para um eventual retorno à competição, mediante a evolução da pandemia da covid-19.

«Em função da longevidade, entre três a quatro semanas de novo período pré-competitivo, como readaptação e como prevenção de lesões no sentido da possível densidade de jogos que se possam vir a realizar», começou por dizer, em declarações à Lusa.

O especialista salientou que terá de haver uma readaptação coletiva das equipas. «Mais do que nunca, acredito que o trabalho será específico e coletivo, visando a recuperação das interações e sinergias, anteriormente existentes. Antes da pandemia, os jogadores corriam, por semana, entre 35 a 50 quilómetros e passaram para poucos metros ou para alguns nas passadeiras ou bicicletas... Não é o mesmo. Há que integrar o atleta no jogo coletivo, isto é, recuperar o jogador de futebol», frisou.

O docente explicou ainda que os jogadores podem ser afetados com a pressão da crise económico-financeira que os clubes vão sentir.

«Se antes já existiam clubes em incumprimento contratual, hoje com a impossibilidade de realizar as competições e, consequentemente, as transmissões televisivas, com as operadoras e os patrocinadores a suspenderam os pagamentos, vão existir consequências económico-financeiras para os próprios clubes e em todos os agentes desportivos, incluindo os jogadores», disse, por fim.