O Sporting de Braga somou os três primeiros pontos na fase de grupos da Liga Europa, com uma vitória suada e difícil ante o Midtjylland (3-1), num jogo com três grandes penalidades, redenção de Ricardo Horta - deu a cambalhota no marcador depois de ter desperdiçado um penálti - e bis de Galeno, que guardou a tranquilidade para o último lance.

Evander deu vantagem aos dinamarqueses de penálti (19m), Galeno respondeu de igual forma ao minuto 55 e Horta, na sequência de um lance quase às três tabelas, soltou a garra dos minhotos na Pedreira (62m), antes do 3-1 a fechar. Triunfo fundamental depois da derrota na Sérvia.

Fundamental, mas não só. Foi também difícil, frente ao vice-campeão da Dinamarca, que não facilitou a vida aos homens de Carlos Carvalhal.

A estrutura de três centrais que Bo Henriksen tem vindo a apresentar, com Paulinho e Andersson a descerem para formar uma linha de cinco na missão defensiva, aliada à qualidade de Evander no miolo e da velocidade de Gustav Isaksen na ala direita, incomodaram um Sp. Braga que surgiu ligeiramente distinto do habitual.

Sem o lesionado Abel Ruiz, Carvalhal deixou Mario González no banco e colocou Ricardo Horta e Chiquinho, apoiados por Piazon e Galeno nas alas, como homens mais ofensivos e móveis na frente. Lá atrás, voltou aos dois centrais.

Sp. Braga-Midtjylland: todo o filme do jogo

Mas, apesar da superioridade na primeira parte – mais remates, mais bola e mais passes – nem tudo correu bem ao Sp. Braga. O Midtjylland mostrou que estava no Minho para somar e, depois de um aviso de Isaksen para grande defesa de Matheus (3m), marcou de penálti por Evander, após falta de Diogo Leite sobre Isaksen (19m).

O Sp. Braga não tremeu com o golo, mas tanto deixava a ideia que podia empatar, como de um momento para o outro sofrer novo revés. Exemplos disso foram um remate de Galeno que quase dava um golaço (31m), como, logo a seguir, uma mancha enorme de Matheus a Isaksen (32m).

O empate nunca esteve tão perto como aos 35 minutos, mas no Sp. Braga cheirava a desperdício. Galeno não concluiu uma jogada de um para quatro, ganhou penálti, mas Olafsson fez a mancha a Ricardo Horta e os bracarenses foram para o descanso a pensar em como dar a volta ao texto.

Carvalhal não esperou mais e deixou Sequeira e Castro no banho, lançando Francisco Moura e Mario González, o que fez recuar Chiquinho para o lado de Al Musrati e Horta ficar no apoio ao espanhol. As mudanças foram importantes.

O Sp. Braga, apesar de alguns calafrios na primeira parte, não perdeu a intensidade e a raça de procurar o golo e foi feliz. Aos 55 minutos, a árbitra Stéphanie Frappart foi ao VAR confirmar uma falta para penálti sobre Mario González – há toque de Juninho – e Galeno fez o 1-1 (55m).

Sete minutos bastaram e, com alguma felicidade à mistura, o remate de Chiquinho bateu caprichosamente em Mario González e sobrou para Ricardo Horta atirar a contar. Redenção do capitão, que sairia ovacionado ao ser substituído.

A única contrariedade para o Sp. Braga foi mesmo a saída por lesão de Al Musrati, antes de Matheus ser decisivo a completar um punhado de manchas na reta final para evitar o 2-2. Pelo meio, Juninho foi expulso nos visitantes (84m) e Francisco Moura ficou perto de um golaço, mas o 3-1 lá surgiria mesmo como cereja no topo do bolo: Galeno sentenciou com o bis a passe de Mario González, no quinto e último minuto de compensação.