Fernando Santos riu-se esta segunda-feira quando questionado sobre uma possível estratégia de Portugal na derrota frente à França, que atirou a equipa das quinas para fora da Liga das Nações.

Na véspera do desafio com a Croácia, o selecionador nacional garantiu que o plano foi sempre ter uma equipa ofensiva em campo.

«Compreendo e respeito todas as críticas, não tenho é de concordar com elas. Essa crítica do jogar para o empate é uma análise não séria do jogo. Porque se Portugal jogasse para empatar não teria jogado assim. No Europeu a nossa base era não sofrer golos e depois esperar surpreender no contra-ataque. A partir de um determinado momento começámos a jogar de outra maneira, até porque as características dos jogadores que chegaram mudaram», afirmou.

«Transformámos o nosso jogo, procurámos ser uma equipa de ataque em posse, capaz de encostar o adversário lá atrás. E isto tem tido resultados muito bons, ganhámos a Liga das Nações e temos feito jogo de grande qualidade. Foi assim que encarámos esse jogo, nunca disse aos jogadores para jogarmos em contra-ataque, nunca disse que o 0-0 era bom resultado», prosseguiu.

Depois, Fernando Santos defendeu que se calhar deveria ter optado por uma estratégia mais conservadora: «Se calhar devia era o que devia ter feito. Montar uma equipa mais forte fisicamente e depois procurar o contra-ataque.»

«A verdade é que não fomos capazes de jogar como tínhamos planeado. Já vi o jogo para aí três ou quatro vezes. Entrámos bem, mas a partir dos dez minutos tivemos dificuldade em mandar no jogo e permitimos que a França nos empurrasse para trás. Não conseguimos defender bem nem ter posse de bola. Mérito da França, algum demérito nosso, seguramente. Agora, partir para o jogo para empatar, isso não nos passou pela cabeça. Estamos muito chateados, isto para nós é um pesadelo. Este troféu [Liga das Nações] sempre valeu para nós. Queríamos ganhá-lo. Durante muito tempo esta competição parecia um parente pobre, agora parece que o mundo vai acabar porque não nos apurámos para a final four. Esta equipa vai continuar a ser uma das grandes equipas do mundo», atirou.

O treinador de 66 anos admite alguma frustração pela derrota, mas garante que a equipa nacional está ansiosa por dar uma boa resposta frente à Croácia: «Temos de transportar para o jogo a capacidade de resposta dos jogadores. Equipas de alto nível sempre ficam insatisfeitas. Para nós é quase uma catástrofe. A melhor resposta é vir um jogo rápido para mostrarmos que não foi mais do que um acidente. Os jogadores estão completamente focados no jogo de amanhã [terça-feira]. A Croácia é uma grande equipa, luta por um objetivo, nós também, queremos sempre ganhar. Há que dar uma reposta ao mais alto nível.»