O subprime completa o primeiro aniversário mas não há razões para festejar. A economia global enfrenta hoje novos desafios e os mercados accionistas continuam sem reviravolta à vista. Cautela continua a ser a palavra de ordem, refere o «Semanário Económico».

«Crise passageira». «Confinada apenas ao sector bancário e instituições financeiras». «O bottom é geralmente atingido seis meses após a primeira baixa de juros». «No segundo semestre de 2008 o problema estará sanado». Estas frases não têm dono mas corriam nas bocas do mundo há sensivelmente um ano atrás, quando se começavam a viver os primeiros desaires do subprime.

Hoje, volvidos cerca de 12 meses, extintos mais de 83 mil postos de trabalho no sector financeiro, ultrapassada a fasquia dos 400 mil milhões de dólares em write-downs, levantados mais de 325 mil milhões de dólares em financiamento por parte dos bancos, registadas quedas na ordem dos 20% a 40% nos principais índices mundiais, já ninguém se atreve a apontar o ano de 2008 como marco de um fim anunciado.

Hoje, o primeiro semestre de 2009 é, entre os mais optimistas, o período que marcará o regresso à normalidade nos mercados financeiros, com outros tantos a resvalarem o target para o segundo semestre. E há mesmo alguns analistas que não ficam por aí: «Não acredito numa recuperação dos mercados em 2008 nem em 2009. Talvez possa ver o fundo em 2010/11. Até lá penso que teremos muita volatilidade e baixas prolongadas».