Ricardo Soares, treinador do Moreirense, na sala de imprensa, após vitória por 5-1 frente ao Gil Vicente

«Esperamos sempre que as coisas corram pelo melhor, mas atendendo ao poder do adversário, que ainda não tinha perdido nenhum jogo em casa e o Moreirense que ainda não tinha ganho nenhum jogo fora, é evidente que tudo nos correu bem. A vitória é justa, mas o resultado é exagerado.

Os golos deram-nos confiança e fizemos uma excelente primeira parte. Entramos bem na segunda, marcamos e o jogo ficou fechado. Foi bom para nós, mas principalmente para os jogadores que, mesmo com resultados negativos, trabalharam sempre e acreditaram nas nossas ideias. Foi bom para nos motivar a todos.

A desconfiança está sempre presente nos treinadores. É para o lado que durmo melhor. Estou feliz pelos meus jogadores porque, desde a minha chegada, eles têm trabalhado muito e acreditado nas minhas ideias. Quando escolhemos esta profissão, sabemos que vai haver sempre quem duvide. Claro que trabalhar sobre vitórias é sempre mais fácil.

Hoje os jogadores estão mais adaptados a uma determinada metodologia de treino do que na primeira semana. Quando mudamos hábitos, o corpo resiste à mudança. Gostava de frisar: os jogadores é que estão de parabéns porque sempre acreditaram apesar das derrotas, que não foram contra equipas quaisquer. Hoje foi uma tarde perfeita dos meus jogadores.

Nós sabíamos o que a equipa precisava para ficar mais forte e a direção conseguiu trazer dois jogadores com qualidade para introduzir no plantel. Não podemos esquecer que perdemos o Luther, que é um jogador diferenciado. Sabíamos que o Gil é uma equipa muito forte em casa. Por isso optamos por fazer uma zona pressionante a determinados jogadores, para depois sair para o contra-ataque. Nem sempre acertamos na estratégia, mas se calhar estou aqui porque sou arrojado.

Nunca perdi a equipa, esteve sempre estável. A minha preocupação nestes quatro jogos que não vencemos era que os jogadores não duvidassem da ideia que estávamos a implementar. A partir do momento em que percebemos que os jogadores aceitaram a ideia, não me preocupei. Mas também não passamos de um sentimento de depressão para um de euforia, para mim isso não existe».